quarta-feira, 22 de março de 2017


Reflexão sobre o amor

Certas pessoas têm uma visão comum sobre o amor. Dizem que ele liberta, que constrói, que movimenta o mundo, que é altruísta, enfim, o amor, segundo estas pessoas, é o poder maior.

Tenho o maior respeito por aqueles que amam, que entendem que o amor é o bem maior deixado por Deus aos homens. Porém penso diferente sobre este sentimento tão nobre e caro à humanidade.

Se dependesse do amor o mundo ainda estaria na pré-história, o homem ainda estaria vivendo nas cavernas, comendo com as mãos, andando por longos caminhos a pé. O que trouxe ao homem condições de viver com certo conforto, foram a ambição, a inveja, as inquietudes humanas, as angústias. O amor, por princípio, aniquila estes instintos, leva o homem à inércia

Não quero discutir a questão moral destes instintos, como não pretendo entrar numa seara sobre os reais benefícios do progresso, tão somente no avanço da humanidade.  Se foi bom ou ruim, cada qual deve avaliar por si. O certo é que o mundo avançou, e nada deve ao amor.

Outra máxima sobre o amor é de que ele é libertador, quando na realidade possui um viés escravocrata. Quem ama não suporta a liberdade do ser amado, pois o quer só para si, no amor só é aceita a reciprocidade e, o pior, quem ama julga ter posse do ser amado, tanto que se mata por amor.

O amor por Cristo ou por Deus é libertador? Claro que não, pois a figura de Cristo ou de Deus está cercada de dogmas e nada mais castrador do que os dogmas.


E o amor traz em si um sentimento egoista. Ama-se em troca de alguma coisa, do amor do outro ou do reconhecimento da humanidade, e o amor pela humanidade nada mais é do que uma forma de arranjar um lugar ao lado de Deus.

Antes que o leitor pense que sou um ser insensível, digo que sou apenas um observador das coisas humanas.

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