quinta-feira, 4 de janeiro de 2018



A Gente e as Coisas

A gente nasce, cresce, cultiva paixões e amores, às vezes, animais e flores. Cria filhos e vínculos. Acumula coisas e bens. Os filhos se vão, os vínculos se rompem, as paixões e os amores se esvanecem, animais e flores desaparecem, porém, as coisas e os bens a gente preserva. Coleções de selos, de copos, de discos, de sapatos, entopem a casa da gente e os bens preenchem o egoísmo da gente. Mas o egoísmo da gente nunca se satisfaz e impele a gente a acumular mais e mais. Casas, terrenos, sítios, chácaras, prédios, aplicações financeiras, ações e a gente querendo mais e nesta ânsia, a gente se esquece de uma velha companheira, que nos acompanha sorrateiramente e que um dia vai aparecer para levar a gente, só que a gente não poderá levar nada, a não ser o corpo da gente.

A gente se vai, todas as coisas ficam. Tudo que a gente acumulou será dividido entre mais gente e a gente perceberá que não teve tempo para se perguntar: de que valeu acumular tanto?


Jorge Nicoli

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