quinta-feira, 11 de janeiro de 2018





Reflexão sobre uma frase


Uma grande amiga, numa discussão sobre amor e paixão, afirmou que o eterno apaixonado possui personalidade narcísica. Gostei da frase e em casa comecei a refletir sobre a mesma. Usando de meus parcos conhecimentos psicológicos analisei, dentro do possível, a tal afirmativa, não contente consultei o “amigo” Freud, mesmo dispensado do trabalho junto a mim, está sempre à disposição para assuntos desta natureza. Discutimos e chegamos à conclusão de que a amiga estava correta, o eterno apaixonado nada mais é de que um Narciso, e como se sabe, adorava sua imagem não conseguindo amar, nem a si nem a outro.


Esta é a questão, não se sentir capaz de amar e, por conseguinte, não está preparado para se relacionar com o outro, então o jeito é criar uma imagem, se apaixonar por ela, que dura até ser substituída por outra, A dificuldade de assumir o real faz com que se crie a ilusão, a engrenagem a mover esta paixão. A última coisa que o eterno apaixonado quer é a concretização deste sonho, pois nunca estará pronto para assumir o contato efetivo e afetivo. Não se sente preparado para retribuir afetos, de assumir um compromisso consigo mesmo e com o outro. Então o melhor é se apaixonar, de preferência por pouco tempo, para não correr o risco da paixão virar amor. E aí, que fazer com ele?

Jorge Nicoli

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