quinta-feira, 11 de janeiro de 2018




Um leigo e a ansiedade

Alguém disse que o ser humano é a própria ansiedade, isto é, a ansiedade faz parte do gênero humano. Alguns conseguem lidar com ela de maneira saudável, outros nem tanto. A ansiedade pode ser benéfica quando bem trabalhada, pois possibilita a ação, contrapõe à inércia, como pode ser prejudicial, quando não percebida, e o ansioso se perde em atitudes intempestivas ou, por paradoxal que possa parecer, na impotência. Abdica das coisas porque não pode perder um minuto, não pode esperar a vez. Não vou enveredar pelo terreno da análise profunda da ansiedade, mas sim permanecer no terreno das observações como um leigo em psicologia.

Estas observações empíricas mostram que o ansioso possui um forte traço egoico, de um egocentrismo exacerbado, isto o torna impaciente. Esperar significa não ser notado. Quando corre para obter respostas, o faz atrás da aprovação. A pressa é essa, ser aprovado e, além de tudo, ser notado. E ser notado é demonstrar sua insatisfação através de gestos e palavras contundentes. Aliás, o autoritarismo é outro traço marcante na personalidade do ansioso e isso ele deixa claro quando contrariado. Deixar um ansioso contrariado não é tarefa difícil, como não é difícil, mesmo para o leigo, perceber o perfeccionismo por trás dos exageros do ansioso. Tudo isso é fruto de observações de um leigo e qualquer semelhança com pessoas pode ser mera coincidência

Jorge Nicoli




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