Um leigo e a ansiedade
Alguém
disse que o ser humano é a própria ansiedade, isto é, a ansiedade faz parte do
gênero humano. Alguns conseguem lidar com ela de maneira saudável, outros nem
tanto. A ansiedade pode ser benéfica quando bem trabalhada, pois possibilita a
ação, contrapõe à inércia, como pode ser prejudicial, quando não percebida, e o
ansioso se perde em atitudes intempestivas ou, por paradoxal que possa parecer,
na impotência. Abdica das coisas porque não pode perder um minuto, não pode
esperar a vez. Não vou enveredar pelo terreno da análise profunda da ansiedade,
mas sim permanecer no terreno das observações como um leigo em psicologia.
Estas
observações empíricas mostram que o ansioso possui um forte traço egoico, de um
egocentrismo exacerbado, isto o torna impaciente. Esperar significa não ser
notado. Quando corre para obter respostas, o faz atrás da aprovação. A pressa é
essa, ser aprovado e, além de tudo, ser notado. E ser notado é demonstrar sua
insatisfação através de gestos e palavras contundentes. Aliás, o autoritarismo
é outro traço marcante na personalidade do ansioso e isso ele deixa claro
quando contrariado. Deixar um ansioso contrariado não é tarefa difícil, como
não é difícil, mesmo para o leigo, perceber o perfeccionismo por trás dos
exageros do ansioso. Tudo isso é fruto de observações de um leigo e qualquer
semelhança com pessoas pode ser mera coincidência
Jorge Nicoli
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