sexta-feira, 10 de março de 2017


Uma pequena reflexão
sobre a vaidade – ou a soberba

A vaidade – também conhecida como soberba – é um dos 7 Pecados Capitais, na lista elaborada pela Igreja Católica. Primeiramente pelo Papa Gregório Magno, no século VI, que baseada nas Epístolas de São Paulo, - um emérito conservador - depois as explicações sobre os tais vícios se tornaram ”oficiais” através da Suma Teológica, de Tomás de Aquino, - também nada progressista – isso já no século XII. Para o Santo da Igreja, a vaidade – ou a soberba – é um pecado além de todos os outros e que deveria ser tratado de modo diferente. Em suma, quem é soberbo – ou vaidoso – pouca chance terá em se alojar no  Paraíso.

Na realidade, esta lista de pecados foi elaborada muito antes da ascensão do catolicismo e tinha como ideologia a permanência de uma casta no poder. Esta, talvez, seja o primeiro manifesto capitalista do mundo. Mas isso fica para uma próxima reflexão.

A soberba, – ou a vaidade – é, antes de ser um “pecado” – ou um “vício” – uma qualidade, pois o homem vaidoso – ou soberbo – sabe de sua força, sabe que,lhe foi delegada a missão de cuidar de si, de se apresentar para a vida como um homem capaz de vivê-la em sua plenitude.

O soberbo – ou o vaidoso – é, acima de tudo, um destemido, sem medo de olhar para si, sem o temor de se reconhecer como pessoa.Cuidar de si, é cuidar da própria existência, é acarinhar a essência como ser humano.

No entanto é preciso separar o que é a vaidade – ou a soberba – do que é o narcisismo. Cuidar de si é saudável, cultuar a imagem criada para se esconder da vida, nunca será uma atitude salutar.

Jorge Nicoli


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