Pergunto-te
Onde
se Acha a Minha Vuda
Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada de uma verdade minha bem possuída
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada de uma verdade minha bem possuída
Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.
E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida por esperanças
hereditárias? E de cada pergunta
minha vai nascendo a sombra imensa que
envolve a posição dos olhos de quem pensa.
Já não sei mais a diferença de ti, de mim, da
coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida.
do silêncio da coisa irrespondida.
Cecília Meireles
Nascida no Rio de Janeiro,
em 7 de novembro de 1901
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