terça-feira, 30 de junho de 2015



A Poesia do Dia

Ato único

Quem sou eu,
escondido  atrás desta máscara?
Qual é minha verdadeira face?
Ou não a tenho?
Talvez eu seja tão somente
um personagem sem identificação.

Talvez minha face seja esta,
modificada pelo tempo
em que esteve aprisonada
pela máscara.
Minha face já não é a mesma,
já não tem a cor rosada de outrora.

A máscara é minha face, minha face é a máscara.
O personagem que se esconde atrás dela
pode ser minha identidade.

Me perdi nos textos e gestos teatrais

Meu ser se confunde com o imaginário,
a realidade se apagou nos somhos
e minha vida se resume num único ato.

Jorge Nicoli

Poema do
Grito de Alerta
um pequeno texto teatral



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Para refletirt

Quando se diz que o ser humano é uma invenção que não deu certo, se admite que Deus pode errar  e errando passa a ter uma dimensão  humana. Ou não?


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Reflexão solitária

Dizem que tudo já foi dito. Todos os conceitos sobre todas as coisas já foram emitidos. Enfim não existe nada de novo no universo da literatura ou da filosofia.

Acredito ser uma realidade e como não tenho nenhuma vontade de ser diferente, muito menos nenhuma  queda para a genialidade, vou repetir algo do qual existem teses e teorias. Mesmo porque é da natureza humana e tudo que se refere ao ser humano é sempre possível ser repetido.

O  ser humano tem a estranha mania de se repetir. Não tenho nenhum pudor em cometer este desatino.

E tem mais, inúmeras vezes escrevi sobre minha necessidade vital de escrever. Como disse Clarice: “quando não escrevo me sinto morta”. Sem traço de comparação, sinto o mesmo. Por isso escrevo.

A solidão era um tema recorrente em Clarice. Uma palavra que, não raro, aparece em meus escritos, Sou um solitário. Embora sendo  extremamente sociável, vivo sozinho.

O que é a solidão? É estar só. Um ou outro diz que, mesmo rodeado por muita gente, se sente só. Há os solitários mesmo ao lado de parceiros.

Estar só é estar na solidão? Nem sempre. Às vezes, é tão somente uma sensação passageira. Um sentimento de desamparo.

Já fiz referência à frase de um amigo: “a maior solidão é a de não sentir saudade”. Segundo ele, a saudade é a companheira, a qual se abraça para se sentir menos solitário. Como sinto pouca saudade, ou quase nenhuma, pouco posso acrescentar.

Alguns temem a solidão Entram em pânico só de se imaginarem sozinhos. Aí investem relacionamentos esgotados, apenas para não se sentirem sós e na expectativa vã que o outro lhe preencha o vazio. Não seria uma solidão a dois?   Não sei.

Tem gente que busca a solidão temporária, como forma de fazer reflexões ou para produzir alguma coisa. Um livro, uma tese, um conceito, talvez, mais um sobre a própria solidão.

Há os que vivem só, dizendo que não estão tão sozinhos, porque têm a companhia de Deus. Questão de fé. A fé não admite outra definição ou conceito. Por isso é a fé. Não pretendo discutir esta parceria com Deus, mesmo achando que Ele tem muita coisa a fazer para se prestar a ser acompanhante exclusivo de um solitário

Na realidade não sei se consegui dizer algo minimamente interessante sobre a solidão. Se com este texto acrescentei alguma coisa ao tema, como disse, já amplamente explorado.

De qualquer forma, fica a certeza de que vou sobreviver por mais um tempo, como também entender que a minha solidão veio naturalmente, conseqüência das minhas escolhas vida adentro.

Jorge Nicoli

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segunda-feira, 29 de junho de 2015


A Poesia do Dia

Um Pequeno Poema


Há um sorriso a me encantar,
encantado,
canto louvores
e me desfaço dos dissabores.


Enquanto no canto
as feridas se fecham,
minh´alma se despe
e as dores se calam.



Jorge Nicoli


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Frase

A  arrogância nada mais é do que auto-defesa dos fracos.

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Poster do Filme


Filmes de Sempre

Aventureiros do velho oeste!

A música é inesquecível logo nos primeiros acordes e a dupla idem, claro, trata-se do  misto aventura/comédia/faroeste/romance: Butch Cassidy e Sundance Kid.

A trama: a história verídica dos fora-da-lei  mais simpáticos do velho oeste. Ninguém é mais rápido que Butch Cassidy (Paul Newman), um ex-açougueiro, daí o nome Butch) para bolar esquemas para ficar rico, e seu parceiro Sundance (Robert Redford) é imbatível com seu revólver. Quando estes dois atrapalhados ladrões de bancos e de trens se cansam de fugir da justiç partem para a Bolívia com a namorada de Sundance (Katharine Ross).

Nenhum dos dois sabe espanhol o suficiente para dizer “Isto é um  assalto”, mas isso é só detalhe sem importância para os dois “vilões” mais simpáticos  que já cavalgaram pelo oeste.

Uma dupla perfeita e uma cena antológica: o passeio de bike de Butch e sua  namorada, ao som da música “Rain Drops Keep Fallin’on my head”, na voz de B. J. Thomas. 

Um dos filmes de faroeste de maior sucesso da história do cinema; um verdadeiro clássico.

Ganhador do Oscar de melhor música.

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Butch Cassidy e Sundance Kid, EUA, 1969, faroeste, direção de George Roy Hill, com  Paul Newman, Robert Redford, Katharine Ross


Joel B. Ramos

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domingo, 28 de junho de 2015




Frase

Sempre em momentos conturbados resolvemos organizar nossa vida. Fazer projetos, estipular metas, não perder tempo, se livrar de incômodos, andar certinho, enfim, organizar para ter uma vida tranqüila. Só que geralmente esquecemos de combinar com ela.

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Castelinho




A Poesia do Dia

Com Licença, seu Carlos?


A mulher atrás dos óculos
é séria ,
seus olhos olham atentos
e os meus olhos atentam
para o brilho de atrás dos óculos.
De sua boca fluem palavras
e fraseados sutis.


Atrás dos braços contidos
está a mulher sofisticada e forte.


A mulher atrás do sorriso franco
vive acreditando na vida vivida.


A mulher atrás dos óculos,
séria, sofisticada e forte,
brilha como brilham seus olhos
atrás dos óculos.



(uma licença poética do Poema das 7 Faces,
De Carlos Drumond de Andrade)

Jorge Nicoli

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Castelinho






Uma reflexão

Dia desses estive a pensar sobre o que é a sabedoria. Se para saber das coisas seria indispensável a cultura erudita.
Ou uma coisa nada tema ver com a outra? Se pode  ser culto sem ser sábio e ser sábio distante dos livros? Talvez possam  co-existir pacificamente.

Pensando nisso, lembrei-me de uma palestra proferida por um amigo. Ele inicia a palestra evocando uma parábola – acho que árabe – sobre um barqueiro contratado para transportar, com seu barco, um homem para a outra margem.

Um homem culto que, para mostrar sua erudição, vai perguntando coisas para o barqueiro e a cada resposta negativa, afirmava que ele tinha perdido a metade de sua vida não sabendo disto ou daquilo.

No meio da travessia, o barqueiro pergunta ao culto se ele sabia nadar, com a resposta negativa, o barqueiro diz que então ele acaba de perder a vida porque o barco tria afundar.

Ainda pensando no assunto fui buscar no filme Uma Janela para a Lua, uma cena em que o personagem interpretado por Nino Manfredi, conversa com um físico que fala da genialidade de Einsten, terminando o discurso dizendo: “acredita que ele não sabia fritar um ovo”? O que o personagem, simples, homem do interior, entende ser um absurdo. Para ele saber fitar um ovo é mais importante do que a Teoria da Relatividade.

Na realidade a cultura erudita serve para os que fazem uso dela, por profissão ou por simples diletantismo.

Se mostrar culto preenche o vácuo de nosso ego. Sempre é bom ser notado e respeitado. A erudição proporciona isso.

Quando menino, morador do Campo do Galvão tinha como vizinho um homem que vivia da pesca e da fabricação de apetrechos e objetos ligados a ela.

Não raro, lá estava eu, a observar seu trabalho e a lhe fazer indagações. Enquanto tecia uma rede de pesca ou uma tarrafa, ia respondendo sobre o dia ideal para se pescar tilápia ou bagre. Sobre o dia seguinte que não haveria pesca por causa da chuva. Rio caudaloso não era bom para uma ou outra espécie de peixe.

Além de destes conhecimentos, ainda colocava asa em latas de óleo e de massa de tomate,

Para ele isto era mais importante do que saber que o Rio Sena banha Paris e que o Tejo passa por Lisboa. Que Darwin pregava o evolucionismo e que Fernando Pessoa é nosso poeta maior.

Não sei se ele freqüentou a escola. Mas que importância teria na sua vida?

Também pouco freqüentei a escola, mas enveredei pelo caminho da cultura, até para sobreviver às minhas eternas angústias.

E às vezes penso, se eu soubesse apenas das pequenas coisas da vida, talvez pudesse estar mais próximo de mim.

Jorge Nicoli

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sexta-feira, 26 de junho de 2015



Frase.

O medo de se perder de si mesmo, faz de si prisioneiro  de seu eterno pensar.

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Chamomila




Texto de Jim Morrison

Um verdadeiro amigo é alguém que permite que você tenha total liberdade para ser você mesmo e especialmente para sentir. Ou não sentir. Seja o que for que você estiver sentindo no momento está bom para ele. Isso é o que o verdadeiro amor: deixar uma pessoa ser o que ela realmente é .

A maioria das pessoas  gostam de você por quem você finge ser. Para manter o amor delas, você continua fingindo - atuando.

Você começa a amar a sua pretensão.  

É verdade, nós estamos trancados em uma imagem, um ato - e o triste é que as pessoas ficam tão acostumadas à sua imagem que crescem ligadas às suas máscaras.

Elas amam as suas correntes. Elas esqueceram tudo sobre quem elas realmente são.

E se você tentar lembrá-las, elas te odeiam por isso - elas se sentem como se você estivesse tentando roubar o seu bem mais precioso.


Jim Morrison
Nasceu  em Melbourne, no dia  8 de dezembro de 1943.  Cantor, compositor e poeta  mais conhecido como o vocalista do The Doors. Foi o autor da maior parte das letras da banda.  Cansou-se cedo deste mundo, foi embora com 27 anos.

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Chamomila


A Poesia do Dia


Liberdade

Não ficarei tão só no campo da arte,
e,  ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.

E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome.


Carlos Marighella 
Nasceu em Salvador, no dia 5 de dezembro de 1911. Político e guerrilheiro, um dos principais organizadores da luta durante a ditadura militar a partir de1964  tendo em vista a implantação de um regime comunista. Chegou a ser considerado o inimigo "número um" da ditadura.. Marighella  foi assassinado  pelos órgãos de repressão em 1969

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Chamomila

quinta-feira, 25 de junho de 2015



Isso é muita sabedoria

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.

Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.

Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.

Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.

Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Clarice Lispector
(1920/1977)

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Zé Barbeiro
(Barbearia do Mané))



Frase

A palavra só se torna viva quando compartilhada, caso contrário, é tão somente letra morta

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Zé Barbeiro

(Barbearia do Mané))

A Poesia do Dia


Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca..

Fernando Pessoa 
(1888/1935).




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Zé Barbeiro
(Barbearia do Mané)

quarta-feira, 24 de junho de 2015






Música

As canções que embalaram o Brasil VII


Música
Cinco canções Que se deve ouvir sempre
Como nossos pais, Belchior. “viver é melhor que sonhar” uma frase existencialista, uma das muitas belezas poéticas que compõe esta canção. Uma amarga constatação de que “podemos fazer de tudo, mas ainda somos parecidos com os nossos pais” e, mesmo que as nossas roupas sejam diferentes “ainda temos os mesmos ídolos”, o pior, ”aquele que nos deu uma nova consciência está dentro de casa, guardado por Deus, contando o vil metal”. Enfim, uma canção para se ouvir várias vezes e até se emocionar, porque “ainda somos os mesmos”.
Gravação antológica de Elis, mas vale ouvir Selma Reis e, como curiosidade, no you tube uma garotinha de 5 anos chamada Analu.
Aos nossos filhos, Ivan Lins e Vitor Martins; Composta e gravada em plena ditadura militar esta canção é de uma sensibilidade e uma emoção indescritíveis. Este pouco espaço não daria para elencar os maravilhosos versos do inspirado e consciente Vitor Martins. Mensagem aos filhos que poderiam ter um País livre, onde o sol voltasse a brilhar. “E quando colherem os frutos digam o gosto pra mim”, pois se vivia num tempo sem colheita.
             Redundância dizer que Elis foi sua melhor intérprete, há também uma certa Maria Lemos e o próprio Ivan, com um belo arranjo.
Cálice, Gil e Chico Buarque.  Composta em 1973 para um show de uma gravadora, só foi liberada para ser gravada em 1978. Composta na casa de Chico, bebendo fernet, uma bebida amarga. “Como  beber desta bebida amarga, tragar a dor, cuspir a labuta, silêncio na cidade não se escuta”, os primeiros versos desta obra-prima – mais uma – de Chico e Gil. A letra é dos dois  Um grito metafórico contra a ditadura daqueles tempos sombrios. Tempos em que só um “grito desumano poderia ser ouvido”.  Toda a composição é brilhante, porém   metamorfosear “caliça/cale-se” chega a ser genial.  Melodia a altura da letra.
Folha Morta, Ary Barroso (1903/1964), tem sua gravação mais famosa em 1956, com Jamelão (1913/2008).  Um samba-canção, com toda a dramaticidade que caracteriza este gênero.  “Vivo à margem da vida, sem amparo ou guarida, ó Deus como sou infeliz”, depois de ter de tudo se transforma “numa folha morta que a corrente transporta”. Enfim, uma bela canção para os que sofrem de dor de cotovelo.
Sangrando, Gonzaguinha (1945/1991). Gravada em 1980 pelo próprio, esta canção mostra, além de uma bela letra,  uma emoção que salta a cada nota. “Se eu chorar e o sol molhar o  meu sorriso” talvez seja o verso mais bonito desta composição.  O ex-cantor rancor mostrando que  “soltando a voz era um jeito de mostrar o que é amar”.
Muita gente gravou, mas vale a pena procurar no you tube, Cauby, Timóteo e Rayol juntos, ao vivo. Imperdível.
Jota Pedro
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A Poesia do Dia

O Rio


O rio que passa sob a ponte de madeira
leva corpos,mortos, galhos tortos
caídos das árvores mortas.
A corrente turva corre deixando
para trás o tempo e as horas.
Nas curvas encalham os corpos
E os mortos se misturam com os galhos tortos.
Na ponte de madeira o garoto roto
vê o monte onde Esaú e Jacó
se degladiam sob os olhares de Abel e Caim.
O bem e o mal, gêmeos univitelinos
numa luta mortal sem um feliz final.
O azul se fecha em negro,
o infinito se incendeia
e o céu derrama lágrimas negras.
A corrente se avoluma,
o garoto roto esconde o rosto
e os corpos se arrastam destino afora.


Jorge Nicoli
do  Livro Cicatrizes
a ser lançado em 2016

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Frase

O Homem nasce livre, deve crescer amando a liberdade, para poder morrer em paz consigo mesmo

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Exibindo o-grande-ditador.jpg



Filmes de Sempre

75 anos de
O Grande Ditador

O cinema já levou para tela grandes temas e, muitas vezes, conseguiu criticar ou denunciar situações e fatos.

            O genial cineasta Chaplin fez um filmealerta com a comédia dramática: O Grande Ditador, em 1940. Este é o filme que merece ser visto e/ou revisto, hoje e sempre!

           Um verdadeiro libelo à Liberdade e aos valores democráticos!

           A trama: o barbeiro judeu  Adenoid Hynkel, fica amnésico na Primeira Guerra Mundial.
          Quando retoma a consciência, ele assume o poder de Tomania e inicia uma perseguição étnica  devastadora.

         Uma fábula para mostrar ao mundo quem era Adolf Hitler e o que ele estava
 aprontando na Alemanha com o seu partido nazista.

Em plena Segunda Guerra Mundial foi um ato de muita coragem de Chaplin em denunciar o ditador alemão e qualquer outro tipo de fascismo existente...

Uma combinação perfeita de humor rasgado, sátira e crítica social; pode não ter a perfeição de  seus filmes mudos.

Uma cena antológica: o ditador brinca com uma bola que simboliza o globo  terrestre!

Ao final do filme, o personagem de Chaplin faz um belo discurso falando de direitos  humanos no contexto da Segunda Guerra Mundial.

Nunca é demais ressaltar os direitos do ser humano e denunciar toda forma de violação a estes mesmos direitos.

Filme clássico: obrigatório mesmo!

Foi o primeiro longa-metragem falado de Chaplin.

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                O Grande Ditador (The Great Dictator), 1940, EUA, comédia dramática, direção, produção, roteiro, música de Charles Chaplin, com Charles Chaplin, Paulette Goddard, Jack Oakie.

Joel B. Ramos
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terça-feira, 23 de junho de 2015


Frase

A quem não sabe elogiar, não se dá o direito de criticar

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Pra não dizer que
não falei de futebol

            Falar de futebol numa publicação voltada para a cultura pode parecer estranho, porém entendo que este esporte faz parte da cultura brasileira. Talvez de quase todo o mundo.

Lógico que não sou ingênuo de achar que o futebol, nos dias de  hoje, seja tão somente um esporte. As suspeitas de corrupção e de arbitragem comprometida provam isso. O futebol passou a ser um grande mercado e a Copa do Mundo um show business.

 Jogador não ama mais o clube e aqueles beijinhos no distintivo não passa de uma jogada de marketing.

            Se não sou ingênuo, pode acreditar, sou um saudosista em matéria futebolística. Não adianta tentar me convencer que o futebol mudou, que não existe mais bobo dentro do campo. Não me convenço.

Ainda são onze contra onze, correndo atrás de uma bola. Claro que bola e chuteira são mais leves, mas as traves e a necessidade de se marcar gols para vencer não mudaram; Uma ou outra regra modificada, mas o campo é demarcado da mesma maneira, obedece padrão. Enfim, nada mudou de fato no esporte bretão.

            Ah! Sim, mudou o salário e o técnico passou a ser professor, embora pouco ensine aos seus alunos. E todo este discurso é tão somente para justificar a falta de talento que campeia pelos nossos campos.

Chutão para a arquibancada é comemorado como se fosse gol em final de Copa,  carrinhos dão status de craque, e zagueiro que não sabe matar uma bola é beque-beque. Aí só vestir a amarelinha.  O center-alf – nossa, fui longe – só precisa desarmar, acertar o passe, um mero detalhe, que tem pouca importância. O importante é mão sofrer gol. 

Ponta que não sabe marcar nunca será contratado, pois o lateral do adversário pode ser perigoso no over lap. Nenhum jogador que se preze dece ter menos de 1,80 m de altura, não importando a posição.

            Não me convenço. O futebol continua sendo o mesmo. Mudou a mentalidade, mudaram os interesses e as relações, mudou o discurso.  

Antes, ganhar e convencer, era o que se buscava, agora, o que importa é ganhar, o maldito futebol de resultado que transforma medíocres em craques e alguns técnicos inexpressivos.em gênios

            Às vezes fico fazendo exercício mental, a imaginar o professor desses que ganham fortunas mandando o Gérson marcar o volante venezuelano, ou o Pelé ajudando no lado do campo, marcando o lateral da Nova Zelândia. O Garrincha acompanhando um perna de pau da Jamaica até a área do Brasil. Sem preconceito, pois não sou dado a isso, só que naqueles tempos, jogos contra eles para cumprir tabela e fazer saldo de gols.

O discurso de que não trem mais bobo no futebol é para esconder a preguiça de se pensar e ver o futebol como realmente ele é.

            Bem, acho que estou envelhecendo e me tornando um chato.

Jorge Nicoli




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Dois textos de Sade

Era preciso que a amizade dos filhos fosse tão terna como a de seus pais. A natureza permitiu que os primeiros encontrassem nos prazeres com que se inebriam modos de se esquecer que os afastam involuntariamente dos autores de seus dias e lhes esfriam no coração os sentimentos, tão mais ardentes e sinceros na alma dos pais e mães.

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Cumpre evitar crer em quimeras, mas, quando algo é universalmente comprovado e tem a singularidade do que foi descrito, cumpre baixar a cabeça, fechar os olhos e dizer: não entendo como os mundos flutuam no espaço; podem assim haver coisas também na Terra que eu não entenda.

Marquês de Sade
Nasceu em Paris, dia  2 de junho de 1740çi Aristocrata e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros . Foi perseguido tanto pela monarquia como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão. Faleceu em 1814

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Frase

Pensar a vida é olhar  a vida como ela é. Pensar na vida é querer decifre-la. A vida não é para ser decifrada, apenas para ser vivida.

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A Poesia do Dia

Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

Vinícius de Moraes (1913/1980)

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segunda-feira, 22 de junho de 2015


A Poesia do Dia


Sobre os grandes sonhos


Os grandes pássaros
vivem nas florestas
enquanto os pequeninos
vivem nas frestas
dos telhados do meu coração!



Os pequenos sonhos
com as nuvens passam...
Voam lívidos, tristonhos,
Os ventos os despedaçam
Até caírem ao chão.


Os sonhos d'alma
tem raízes entrelaçadas,
longas a correr sob a lama...
As flores podem ser tiradas,
Mas as sementes permanecerão. 



Ana Carolina Mariano

Cantora lírica e poeta guaratinguetaense




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Frase

Se refugiar num lugar mais bonito, necessariamente não significa se refugiar  das coisas da vida

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Filmes de Sempre

Programa Duplo dos geniais Irmãos Coen

Um samba antigo: “É um quê que a gente tem” composta por: Ataulfo Alves e Torres Homem e gravado por Carmen Miranda, em 1940, garante “que quem é bom já nasce feito” e parece que tal afirmativa é bem verdadeira... Refiro aos talentosos e imaginativos irmãos Ethan e Joel Coen.

Fizeram bonito com o primeiro filme. Dois cineastas, produtores e roteiristas que construíram uma sólida e premiada carreira ao longo dos anos.
Dois filmes da década de 80 e 90 provam que eles sempre souberam contar uma boa história;  Sabor de Sangue (1984) e Fargo (1996).

A trama de Sabor de Sangue: a perturbadora história de uma jovem esposa que tem um caso com um dos empregados de seu marido, o dono de um bar no Texas.

           Este fica sabendo da traição da esposa e depois de uma humilhante confrontação, contrata um detetive inescrupuloso para matá-los, porém, nem tudo sai como o  planejado.

         Foi o filme de estréia dos irmãos Coen
.  
         Obra muito pessoal, com imagens fortes e inesquecíveis. Assustador e sombrio com pitadas de humor negro: é um pequeno clássico no gênero “filme noir” dos anos 40 e 50.L Levou o Grande Prêmio do Festival de Sundance de 1985; um dos filmes mais cultuados do moderno cinema independente americano.

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Gosto de Sangue (Blood Simple), EUA, 1984, suspense, direção de Ethan Coen, com Frances McDormand, Dan Hedaya, John Getz,

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A trama de Fargo: um vendedor de carros falido contrata dois bandidos para seqüestrar sua esposa; assim pretende tirar uma boa grana de seu sogro.

            Mas uma série de acontecimentos não previstos cria logo de início um triplo assassinato e uma chefe de polícia grávida tenta elucidar o caso, que continua a provocar mais mortes. Tudo caminha para o caos.

O universo caipira dos americanos se faz presente neste verdadeiro drama de humor negro e de erros.

          A detetive aparece em cenas hilárias e até patéticas. Um roteiro bem armado que traz surpresas todo o tempo.

             A atriz Frances McDormand levou o Oscar de melhor atriz com este papel.  

O filme também recebeu o Oscar de melhor roteiro original: um dos melhores filmes dos irmãos Coen.

  Ganhou o prêmio Palma de Ouro de direção em Cannes, em 1997.

Fargo também é o nome de uma série americana de humor negro e drama, criado e escrito por Noah Hawley. A série é inspirada no filme , que conta com os Cohen como  produtores executivos. Na FX1.

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Fargo, EUA, 1996, drama/humor negro. Direção de Ethan e Joel Coen, com Frances McDormand, William H. Macy, Steve Buscemi.

Joel B. Ramos

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