quarta-feira, 17 de junho de 2015


Um imenso mistério


Nós nascemos, vivemos e morremos. Uma lógica da existência, mas, vez ou outra, se nasce, pouco se vive, e se vai.. Uns vivem muito, outros pouco, mais alguns um tempo médio.


De tudo resta a certeza que morreremos. Uma constatação óbvia e um velho chavão.

De onde viemos? Para onde vamos? A maioria se preocupa com isso, o que me parece normal, como é normal se preocupar com a ida, por isso se apega às religiões, a Deus. Quase todos querem ir para o Paraíso, desfrutar, ao lado do Criador. das glórias da eternidade.


E os ateus se preocupam com o quê? Não crêem em Deus, portanto nem no Paraíso, muito menos no Inferno. Talvez se preocupem apenas em viver.

Faço parte deste seleto grupo que não se preocupa com as coisas metafísicas. De onde vim, para onde vou não tira meu sono. Confesso, já fui mais ateu. Não sei se é a idade, mas hoje me preocupo menos em não acreditar. Mesmo porque isso não irá mudar minha vida. Acredite, até j me apego aos Orixás. De repente estou criando uma maneira particular de ser religioso. O que também não me preocupa.


Se nada disso me preocupa, uma coisa me chama a atenção, o destino das pessoas. Costuma-se dizer que ninguém morre na véspera, então teríamos a data estabelecida para se ir deste mundo. Certo? Como ficam os suicidas? Os conscientes e os não conscientes? Não abreviam sua estada por aqui? Ou eles morrem por que chegou o dia? Não há resposta plausível.


Se temos data marcada para ir desta para a melhor – melhor? – então não precisaríamos ter certos cuidados, poderíamos ser mais livre, sem grandes preocupações, pois quando chegar o dia. iremos, sendo cuidadosos ou descuidados.


Bom, parece um grande mistério, que os espíritas ousam tentar explicar, até com argumentos razoáveis, porém em mim continua a indagação sobre quem comandaria nossas vidas.
E quem comanda a nossa morte? Deus? Mas Ele não tem mais coisas a fazer neste imenso Universo? E se existir vidas em outras plagas? O trabalho seria insano, mesmo para um Deus. Que tempo teria para cuidar da minha vida ou da minha morte?


Enquanto não encontro as respostas para as minhas indagações, vou vivendo o tempo que tenho para viver, pedindo a Ogum, meu padrinho e a Xangô, meu protetor, que me protejam e quando não mais puderem, que me dêem uma boa passagem para o outro lado deste imenso mistério que é a vida.

Jorge Nicoli



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Apoio Cultural
Lucilena Amann
psicóloga

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