sábado, 6 de junho de 2015


A Poesia do Dia

Andança



Lá vou eu estrada afora,
caminhando sem rumo
cantando canções sem prumo
e fazendo versos sem rimas.


Acima da cabeça o sol de verão,
nos pés uma velha sandália de couro,
na mochila um antigo relógio
que já não marca as horas,
no bolso a imagem de São Jorge
e aquela amarelecida foto de um amor já esquecido.


Ando em busca do sentimento perdido
num instante de desalento.
O olhar atento descortinando o infinito,
a boca entre aberta sussurrando canções
que um dia me atrevi a compor.


Cânticos de amor, paixão e flor
não olvidando a dor
que sempre fica quando murcha a flor.


E lá vou a caminhar estrada afora,
mas quando o cansaço se aproximar
me acomodo e me atreverei compor canções
que falem das coisas de um novo amor.


Jorge Nicoli

Esta poesia é do livro
Cicatrizes
a ser lançado em 2016

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Barraca das Dondocas
Parceira do

Sopa de Cebola


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