Música
As canções que embalaram o Brasil VII
Música
Cinco canções Que se
deve ouvir sempre
Como nossos pais, Belchior. “viver é melhor que sonhar” uma
frase existencialista, uma das muitas belezas poéticas que compõe esta canção.
Uma amarga constatação de que “podemos fazer de tudo, mas ainda somos parecidos
com os nossos pais” e, mesmo que as nossas roupas sejam diferentes “ainda temos
os mesmos ídolos”, o pior, ”aquele que nos deu uma nova consciência está dentro
de casa, guardado por Deus, contando o vil metal”. Enfim, uma canção para se
ouvir várias vezes e até se emocionar, porque “ainda somos os mesmos”.
Gravação antológica de
Elis, mas vale ouvir Selma Reis e, como curiosidade, no you tube uma garotinha
de 5 anos chamada Analu.
Aos nossos filhos, Ivan Lins e Vitor Martins; Composta e gravada
em plena ditadura militar esta canção é de uma sensibilidade e uma emoção
indescritíveis. Este pouco espaço não daria para elencar os maravilhosos versos
do inspirado e consciente Vitor Martins. Mensagem aos filhos que poderiam ter
um País livre, onde o sol voltasse a brilhar. “E quando colherem os frutos
digam o gosto pra mim”, pois se vivia num tempo sem colheita.
Redundância
dizer que Elis foi sua melhor intérprete, há também uma certa Maria Lemos e o
próprio Ivan, com um belo arranjo.
Cálice, Gil e Chico Buarque. Composta em 1973 para um show
de uma gravadora, só foi liberada para ser gravada em 1978. Composta na casa de
Chico, bebendo fernet, uma bebida amarga. “Como beber desta bebida
amarga, tragar a dor, cuspir a labuta, silêncio na cidade não se escuta”, os
primeiros versos desta obra-prima – mais uma – de Chico e Gil. A letra é dos
dois Um grito metafórico contra a ditadura daqueles tempos sombrios.
Tempos em que só um “grito desumano poderia ser ouvido”. Toda a
composição é brilhante, porém metamorfosear “caliça/cale-se” chega
a ser genial. Melodia a altura da letra.
Folha Morta, Ary Barroso (1903/1964), tem sua gravação mais
famosa em 1956, com Jamelão (1913/2008). Um samba-canção, com toda a
dramaticidade que caracteriza este gênero. “Vivo à margem da vida, sem
amparo ou guarida, ó Deus como sou infeliz”, depois de ter de tudo se
transforma “numa folha morta que a corrente transporta”. Enfim, uma bela canção
para os que sofrem de dor de cotovelo.
Sangrando, Gonzaguinha (1945/1991). Gravada em 1980 pelo
próprio, esta canção mostra, além de uma bela letra, uma emoção que salta
a cada nota. “Se eu chorar e o sol molhar o meu sorriso” talvez seja o
verso mais bonito desta composição. O
ex-cantor rancor mostrando que “soltando
a voz era um jeito de mostrar o que é amar”.
Muita gente gravou, mas
vale a pena procurar no you tube, Cauby, Timóteo e Rayol juntos, ao vivo.
Imperdível.
Jota Pedro
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Apoio Cultural
Nelsinho Auto Peças
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