quarta-feira, 24 de junho de 2015






Música

As canções que embalaram o Brasil VII


Música
Cinco canções Que se deve ouvir sempre
Como nossos pais, Belchior. “viver é melhor que sonhar” uma frase existencialista, uma das muitas belezas poéticas que compõe esta canção. Uma amarga constatação de que “podemos fazer de tudo, mas ainda somos parecidos com os nossos pais” e, mesmo que as nossas roupas sejam diferentes “ainda temos os mesmos ídolos”, o pior, ”aquele que nos deu uma nova consciência está dentro de casa, guardado por Deus, contando o vil metal”. Enfim, uma canção para se ouvir várias vezes e até se emocionar, porque “ainda somos os mesmos”.
Gravação antológica de Elis, mas vale ouvir Selma Reis e, como curiosidade, no you tube uma garotinha de 5 anos chamada Analu.
Aos nossos filhos, Ivan Lins e Vitor Martins; Composta e gravada em plena ditadura militar esta canção é de uma sensibilidade e uma emoção indescritíveis. Este pouco espaço não daria para elencar os maravilhosos versos do inspirado e consciente Vitor Martins. Mensagem aos filhos que poderiam ter um País livre, onde o sol voltasse a brilhar. “E quando colherem os frutos digam o gosto pra mim”, pois se vivia num tempo sem colheita.
             Redundância dizer que Elis foi sua melhor intérprete, há também uma certa Maria Lemos e o próprio Ivan, com um belo arranjo.
Cálice, Gil e Chico Buarque.  Composta em 1973 para um show de uma gravadora, só foi liberada para ser gravada em 1978. Composta na casa de Chico, bebendo fernet, uma bebida amarga. “Como  beber desta bebida amarga, tragar a dor, cuspir a labuta, silêncio na cidade não se escuta”, os primeiros versos desta obra-prima – mais uma – de Chico e Gil. A letra é dos dois  Um grito metafórico contra a ditadura daqueles tempos sombrios. Tempos em que só um “grito desumano poderia ser ouvido”.  Toda a composição é brilhante, porém   metamorfosear “caliça/cale-se” chega a ser genial.  Melodia a altura da letra.
Folha Morta, Ary Barroso (1903/1964), tem sua gravação mais famosa em 1956, com Jamelão (1913/2008).  Um samba-canção, com toda a dramaticidade que caracteriza este gênero.  “Vivo à margem da vida, sem amparo ou guarida, ó Deus como sou infeliz”, depois de ter de tudo se transforma “numa folha morta que a corrente transporta”. Enfim, uma bela canção para os que sofrem de dor de cotovelo.
Sangrando, Gonzaguinha (1945/1991). Gravada em 1980 pelo próprio, esta canção mostra, além de uma bela letra,  uma emoção que salta a cada nota. “Se eu chorar e o sol molhar o  meu sorriso” talvez seja o verso mais bonito desta composição.  O ex-cantor rancor mostrando que  “soltando a voz era um jeito de mostrar o que é amar”.
Muita gente gravou, mas vale a pena procurar no you tube, Cauby, Timóteo e Rayol juntos, ao vivo. Imperdível.
Jota Pedro
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Nelsinho Auto Peças

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