Instinto humano deteriorado
Um estranho paradoxo: as pessoas,
quando agem, têm em mente o interesse privado mais mesquinho, mas ao mesmo
tempo, no seu comportamento, são mais do que nunca determinadas pelo instinto
das massas.
E mais do que nunca, o instinto das
massas tornou-se errado. O obscuro instinto do animal - como inúmeros episódios
o comprovam - encontra a saída para o perigo iminente mas ainda invisível.
Em contrapartida, esta sociedade,
onde cada um tem apenas em vista o seu próprio interesse mesquinho, sucumbe
como uma massa cega, com estupidez animal mas sem a estúpida sabedoria dos
animais, a todo o perigo, ainda que muito próximo, e a diversidade dos objetivos
torna-se insignificante, ante a identidade das forças determinantes.
Muitas vezes se tem demonstrado que é tão rígida a sua fixação à vida habitual, mas de há muito perdida, que acaba por não se verificar a aplicação efetivamente humana do intelecto, a previdência, até mesmo ante o perigo iminente.
Assim a imagem da estupidez
completa-se nela: insegurança, ou mesmo perversão dos instintos vitais, e
desfalecimento ou até decadência do intelecto.
Walter Benjamin,
Filósofo alemão
1892/1940
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CONSERVATÓRIO
Promove TEATRO
O
ENSAIO N. 2
Casa da Cultura,
Dia 11, quarta feira, 19:30 h
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