Um Tango
O narciso petrificado admira
sua imagem distorcida na poça d´água.
Eu, distraidamente. piso
nas romãs caídas na terra molhada
pela chuva cósmica.
que ontem molhara a noite
e não vejo a manhã ensolarada
a romper o véu nebuloso da madrugada.
Não muito distante a amuada musa
recusa os meus versos apaixonados.
Alucinado espero a morte
trajando um Armani
remendado pelo demônio,
meu velho companheiro de solidão.
Na mão do Édipo embriagado
a antiga espada reluz
sob a luz que cai do céu
e o narciso petrificado não vê
o vermelho que tinge sua imagem distorcida.
Jorge Nicoli
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CONSERVATÓRIO
Lorena
Um Espaço de Arte e Cultura
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