quarta-feira, 25 de novembro de 2015


Um Samba Canção

As estátuas dos doze demônios,
esculpidas em cobre
com detalhes em roxo e carmim
guardam a entrada da pequena cidade,
onde morcegos e urubus
disputam o espaço
no cemitério povoado por velhos fantasmas
que rezam o terço feito com restos
de uma nave espacial.

Os túmulos ostentam os anjos barrocos
enfeitados por flores mortas
e as velas coloridas iluminam a morte.

A cigana em trajes de Iemanjá
lê a sorte de velhas e moças,
e diante da capela em ruínas,
bruxas trajando branco
dançam entoando pontos de Umbanda.

Ao longe a banda de monges
executa a sinfonia para Baco
e a mãe pede perdão
pelo parto do Menino Deus,

As nuvens de incenso cobrem a pequena cidade,
os anjos tortos prometem tempos felizes
e num quarto quase vazio,
o menino se abraça às lembranças
de mão ter tido pai nem mãe.

Jorge Nicoli

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CONSERVATÓRIO

Lorena

Um Novo Espaço de Arte e Cultura


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