quinta-feira, 31 de dezembro de 2015



ELEIÇÕES

Série “Escolha o Mais Criativo”












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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura




Um autor deve intervir o menos possível na elaboração da sua obra

Penso que um autor deve intervir o menos possível na elaboração da sua obra.

Deve procurar ser um amanuense do Espírito ou da Musa (ambas as palavras são sinônimas), e não das suas opiniões, que são o que de mais superficial nele existe.

Assim o entendeu Rudyard Kipling, o mais ilustre dos escritores comprometidos. A um escritor, disse-nos, é-lhe dado inventar uma fábula, não a moralidade dessa fábula.


Jorge Luís Borges,
1899]1986
 Escritor, poeta e ensaísta nascido na Argentina

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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura



Reflexão sobre a paz

Paz é a palavra mais usada nas festividades de final de ano. Um costume que se cristalizou e tornou-se hábito.

Todos a repetem, de maneira quase automática, sem se dar conta de seu significado.

Pode ser que, um ou outro, a reproduza enchendo-a de sentimentos, porém a maioria apenas repete um velho jargão que  contém a tal palavra.

Talvez porque sente que no outro existe o desejo de ter a paz, embora pouca gente seja capaz de definir o que seja a paz e sua efetiva serventia.

Serviria para acalmar a eterna angústia que acompanha o ser humano? Ou serviria para cessar os conflitos sociais?

E o que faríamos num mundo em paz? Nos acomodaríamos nos colchões da inércia, iríamos nos sucumbir diante do nada.

A paz interior aniquilaria a força, destruiria a criatividade e o homem se tornaria um zumbi.

É a angústia que impulsiona o ser humano para a vida, que o faz criativo. Que o faz viver.

O homem em paz seria tragado pelo comodismo, pelo conformismo e caminharia para o nada, da mesma maneira que o mundo pacificado caminharia para o caos.

E a quem interessa um mundo em paz? Apenas às classes dominantes, aos
dominados resta o lixo produzido pelos dominadores.

            Na realidade a classe dominante detesta os gritos das ruas, dos excluídos, ela prefere a paz, mas a dos cemitérios.

Jorge Nicoli


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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



PARA REFLETIR

Pelos palcos dos teatros se apresentam atores talentosos, brilhantes, às vezes contracenando com outros medíocres, canastrões. Assim é a vida, por onde caminham pessoas com raro talento, brilhantes, dividindo o espaço com medíocres e canastrões. Enquanto uns, conscientes do brilho de sua luz, são humildes e, generosos, os ,  outros preferem se esconder atrás de sua arrogância.

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CASA SETE

Lingüiça de carne supina e hambúrguer caseiro




Estado e Cultura

A cultura é uma das formas de libertação do homem. Por isso, perante a política, a cultura deve sempre ter a possibilidade de funcionar como anti-poder.

E se é evidente que o Estado deve à cultura o apoio que deve à identidade de um povo, esse apoio deve ser equacionado de forma a defender a autonomia e a liberdade da cultura para que nunca a ação do Estado se transforme em dirigismo.


Sophia de Mello Breyner
1919/2004
Poeta nascida em Portugal


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Reflexão sobre o não ser famoso

Não sou um exemplo de coerência, embora consiga manter atitude condizente com o discurso do momento. Não raro, mudo a direção dos meus passos, da mesma forma que transmudo o pensar para isso ou para aquilo.

Sinto-me uma figura dual, quem sabe, até bipolar. Um vaidoso no limite de Narciso, ao mesmo tempo, se esquivando de qualquer possibilidade de ser famoso.

Aliás, a fama me incomoda, por ter a sensação que terei de dividir minha individualidade, compartilhar minha privacidade com pessoas que mal conheço. Existem coisas que só dizem respeito a mim.

Conceder autógrafos seria um sacrifício épico. Um caminhar para o Calvário.

Nada contra quem faz sucesso, que gosta da fama, como nada de errado se enriquecer com a fama.

A vida é feita de escolhas- frase óbvia, mas cabe aqui – e eu escolhi não querer ser famoso. Grande contradição, um vaidoso, de fazer inveja a qualquer Narciso,, não tolerar seu próprio sucesso. Talvez nem tenha talento para ser um famoso, porém há pessoas, mesmo sem o devido talento, vivem correndo atrás da fama.
Mas vai além, com a fama vem naturalmente a idolatria, ser responsável pela admiração do outro me causa temor. Não saberia como me comportar.

Ser admirado por algo que não sou. E se o sou, que importância tem?

Pensar que posso ter alguns fãs e seguidores me apavora. Não tenho a menor idéia de como se porta um ídolo ou um guru.

Gosto de ser elogiado por um texto ou por um trabalho – afinal sou um Narciso – porém me alegra muito mais o compartilhar de minhas reflexões. Este compartilhar me faz sentir como é bom ser famoso.

Jorge Nicoli


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terça-feira, 29 de dezembro de 2015



CARTAZES

Série “O Importante é Comunicar



Reprodução / www.trampo.com.br/brasildasplacas

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A religião como ficção

- A fé é uma resposta instintiva a aspectos da existência que não podemos explicar de outro modo, seja o vazio moral que percebemos no universo, a certeza da morte, a própria origem das coisas, o sentido da nossa vida ou a ausência dele.

São aspectos elementares e de extrema simplicidade, mas as nossas limitações impedem-nos de responder de modo inequívoco a essas perguntas e por isso geramos, como defesa, uma resposta emocional. É simples e pura biologia.

- Então, a seu ver, todas as crenças ou ideais não passariam de uma ficção.

- Toda a interpretação ou observação da realidade o é necessariamente.

Neste caso, o problema reside no fato de o homem ser um animal moral abandonado num universo amoral e condenado a uma existência finita e sem outro significado que não seja perpetuar o ciclo natural da espécie.

É impossível sobreviver num estado prolongado de realidade, pelo menos para o ser humano. Passamos uma boa parte das nossas vidas a sonhar, sobretudo quando estamos acordados. Como digo, pura biologia.

Carlos Ruiz Zafón,
Escritor espanhol
nascido em 1964

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Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. 
Em cofre não se guarda coisa alguma. 
Em cofre perde-se a coisa à vista. 
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. 
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. 
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro 
Do que de um pássaro sem vôos. 
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: 
Para guardá-lo: 
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: 
Guarde o que quer que guarda um poema: 
Por isso o lance do poema: 
Por guardar-se o que se quer guardar.


Antonio Cícero
Poeta, letrista e fil[osofo

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015



PARA REFLETIR

Somos descendentes de Adão e Eva? Evoluímos dos macacos? Criados por Deus ou frutos de uma explosão? Pouco importa saber disso ou daquilo, o que importa é saber que vivemos e que a vida é para ser cuidada, independente de onde ela tenha se originado.

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GRUPO  DE  TEATRO
“SÁBIA INDECISÃO”


O  Teatro  como  Arte




Traços

Há traços
cortando o espaço
há passos
pisando nos traços
há espaço
entre os passos
há passos
cobrindo os traços
há espaço
interrompendo os traços
há traços
separando os passos
há espaço
cortando os traços.

Há traços e espaços
há passos e traços
há espaços no espaço.

Há traços
moldando os passos
há passos
caminhando no espaço.


Jorge Nicoli

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GRUPO  DE  TEATRO
“SÁBIA INDECISÃO”


O Teatro como Arte




A ordem das coisas

A natureza trai-nos, a sorte muda, um deus vê do alto todas estas coisas.

Apertava ao dedo a mesa de um anel onde, num dia de amargura, mandava gravar estas palavras tristes; ia mais longe no desengano, talvez na blasfêmia; acabava por achar natural, senão justo, que devíamos perecer.

As nossas letras esgotam-se; as nossas artes adormecem; Pâncrates não é Homero; Arriano não é Xenofonte; quando tentei imortalizar na pedra a forma de Antínoo não encontrei Praxíteles.

 Depois de Aristóteles e de Arquimedes, as nossas ciências não progridem; os nossos progressos técnicos não resistiriam ao desgaste de uma longa guerra; mesmo os nossos voluptuosos desgostam-se da felicidade.

O abrandamento dos costumes, o avanço das idéias no decorrer do último século é obra de uma ínfima minoria de bons espíritos; a massa continua ignara, feroz, quando pode, de qualquer forma egoísta e limitada, e há razões para apostar que ficará sempre assim.

Procuradores a mais, publicanos ávidos, demasiados senadores desconfiados, demasiados centuriões brutais comprometeram adiantadamente a nossa obra; e os impérios, como os homens, já não têm tempo para se instruírem à custa das suas faltas.

Onde quer que um tecelão remendar o seu pano, onde um calculador hábil corrigir os seus erros, onde o artista retocar a sua obra-prima ainda imperfeita ou apenas danificada, a natureza prefere repartir sem intermediário a argila e o caos, e esse esbanjamento é o que se chama a ordem das coisas.


Marguerite Yourcenar,
1903/1987
Escritora nascida na França

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“SÁBIA INDECISÃO”


O  Teatro  como  Arte


domingo, 27 de dezembro de 2015

OTrono do Estudar (Composição: D ani Black)


A importância da alimentação saudável

A alimentação é uma preocupação constante na rotina das pessoas. Seja para obter um estilo de vida saudável, seja para perder peso, melhorar a saúde ou, simplesmente, satisfazer uma necessidade fisiológica, comer é sempre bom. Contudo, uma nutrição adequada se preocupa com algumas questões importantes: o que, quando, quanto e como consumir os alimentos.

O desenvolvimento de alergias alimentares, manifestação de doenças articulares, existência de quadros recorrentes de doenças respiratórias e manifestações auto-imunes podem ser um alerta de que sua alimentação não está apropriada. Além disso, as necessidades da vida moderna, associadas a uma alimentação inadequada, levam ao aumento excessivo de peso e ao conseqüente surgimento de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial.

Uma nutrição adequada é capaz de diminuir o estresse, ansiedade e  a irritabilidade, além defacilitar o controle de peso e do humor. Auxilia também no combate a diversas doenças, torna seu tratamento mais eficaz e favorece o paciente com uma recuperação mais rápida. Igualmente, pode promover melhora no rendimento de esportistas, potencializar o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças e adolescentes, contribuir para uma gestação plena e saudável e lidar com as alterações naturais do envelhecimento. Alimentação saudável promovendo saúde e bem-estar em qualquer estágio de vid


Olívia Prado Basso
Nutricionista


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Boletim de Arte e Cultura




Nenhum animal é insatisfeito

Eu penso que poderia retornar e viver com animais, tão plácidos e autocontidos; eu paro e me ponho a observá-los longamente.

Eles não se exaurem e gemem sobre a sua condição; eles não se deitam despertos no escuro e choram pelos seus pecados; eles não me deixam nauseado discutindo o seu dever perante Deus.

Nenhum deles é insatisfeito, nenhum enlouquecido pela mania de possuir coisas; nenhum se ajoelha para o outro, nem para os que viveram há milhares de anos; nenhum deles é respeitável ou infeliz em todo o mundo.

Walt Whitman,
1819/1892
Poeta nascido nos Estados Unidos


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Boletim de Arte e Cultura




sábado, 26 de dezembro de 2015



PARA REFLETIR

A vida é feita de ciclos – ou de fases -, às vezes interrompidos pela própria vida, outras vezes por opção, mas o importante é ter consciência de que ao encerrar o ciclo - ou a fase – se faz  necessário recomeçar. E recomeçar pode ser uma forma criativa de viver a vida.

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Boletim de Arte e Cultura


Morrison, um gênio ou uma farsa?




            Nascido em 8 de dezembro de  1943, Jim Morrison, viveu apenas 27 anos, comandou The Doors, transgrediu, ousou, com um inteligência rara e uma cultura acima da média arrebatou fãs.

Alguém disse que era apenas um rapaz bonito, sem grande talento vocal, um produto de marketing, mais famosos por seus porres de droga e bebida do que por seus dotes artísticos, que se vivesse mais estaria no ostracismo.

Talvez seja exagero chamá-lo de gênio, coisa de fã, mas não há como negar seu imenso talento. Era um rosto bonito, mas não era só isso que o destacava dos demais.

Gênio ou farsante? Quem sabe um alienígena que aqui aportou para balançar o coreto de alguns moralistas e conservadores.

Se tivesse sobrevivido poderia ser até um pacato cidadão mas, provavelmente, seria um senhor a continuar incomodando os homens de bons costumes.

Jorge Nicoli


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Boletim de Arte e Cultura







sexta-feira, 25 de dezembro de 2015


A Crônica de Dezembro

            Um mês sempre  emblemático, pois encerra o ano  pelo calendário gregoriano. Alguns entendem que é encerramento de um ciclo, uma preparação para um novo que virá após o dia 31. Muita gente costuma fazer balanço do que aconteceu no ano, não o comercial, mas o pessoal e tome promessas para o próximo ano. Promessa de parar de fumar, de fechar a boca,- para emagrecer - , de parar de beber, de mudar atitudes. Uns cumprem, outros preferem deixar para o próximo dezembro.

            Um mês de diversas confraternizações, em casa, no trabalho, com amigos. De procura por lembranças ou alguma coisa para presentear amigos e parentes. Mês de abandonar regimes e as promessas feitas no ano passado. 

             Dezembro, mês do Natal, porque se atribui ao dia 25 como o do nascimento do Menino Jesus, mês do Papai Noel, que vem ao Brasil em pleno verão com roupas do rigoroso inverno do outro lado. Mensagens publicitárias em rádios e TV, evocam a fraternidade. Universal, mesmo com islâmicos e ocidentais não consigam sentar-se à mesa para uma farta ceia, que judeus  continuem a não tolerar a insistência dos palestino em viver em paz.

            Paz que o mundo clama,, mesmo fazendo pouco para isso, paz que alguns querem porque não suportam o grito daqueles que pedem terra para trabalhar e teto par se abrigar, uma paz que só virá quando houver menos desigualdade no mundo.

Emílio Migçiori
Colaborador do Sopa de Cebola
            

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Lingüiça de carne suína e hambúrguer




Memórias
                       
E nossas lembranças pelos pelos tempos de outrora, tempos que não voltam mais, mas que deixaram saudade e, porque não dizer, uma certa nostalgia. Nostalgia que, não raro, suge em épocas de festas de fim de ano.

Há pessoas que se entristecem no Natal, outras não gostam, por alguma razão, desta data, há outras que se divertem, que adoram presentear.

Enfim, o Natal provoca reações diversas, uns cantam “seja pobre ou seja rico, o velhinho sempre vem”, outros cantam com Assis Valente “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel”. Assim seguem o Natal e a vida.

            Seguem nossas lembranças de Missa do Galo que começava à meia noite, das lojas que ficavam com as portas abertas até às 22 horas além de abrirem-nas no dia 25 até meio dia. Para ganharem mais e atenderem os atrasados e esquecidos que procuravam bonecas de louça, carrinhos de madeiras ou de metal, até armas de brinquedos – não havia proibição – e com cinturão e tudo o mais. Afinal um mocinho que se prezava tinha que usar “arma” bonita.

            Claro que prevalecia – como hoje – o aspecto comercial mas, sobretudo, havia nas pessoas um sentimento mais cristão.

 Não há aqui nenhum saudosismo , apenas uma constatação, houve uma enorme mudança no comportamento humano, se para melhor ou para pior, não cabe aqui uma análise sociológica.

            Não havia, na passagem do ano, o Faustão, nem a compulsão de se amontoar em praias, as pessoas se limitavam a comemorar a passagem de um ano para outro com familiares, com amigos, embora sempre tenha exiistido aquele que ia pular as sete ondas.

            Tempo que não existia o 13º salário e os patrões mais conscientes e generosos abriam a caixa registradora e davam bônus de Natal, tempo da Cesta de Natal Amaral e de cestas menos famosas.

            E mais um ano se encerra e, quem sabe, no futuro alguém escreva sobre o tempo que vivemos hoje, talvez lembre com saudade, esteja nos6álgico.

Lembranças são lembranças e cada um as têm de ,maneira diferente. Bom paramos por aqui antes de termos o ímpeto de uma análise psicológica.
           
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Não julgues

Não julgues. A vida é um mistério, cada um obedece a leis diferentes.

Conheces porventura a força das coisas que os conduziram, os sofrimentos e os desejos que cavaram o seu caminho?

 Supreendestes porventura a voz da sua consciência a revelar-lhes em voz baixa o segredo do seu destino?

Não julgues; olha o lago puro e a água tranquila onde vêm quebrar-se as mil vagas que varrem o universo... É preciso que aconteça tudo aquilo que vês.
  
         Todas as ondas do oceano são precisas para levar ao porto o navio da verdade. Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser.


Jeanne Vietinghoff
1875/1926
Escritora  belga


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CINEMA

Série “Se Copiar é Ser  Criativo”


Top 12: Maiores Clichês em Cartazes de Filmes 03

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A Janela

Pela estreita janela
ele vê a realidade
que se fecha
em torno de si mesma
e se completa
em um círculo inexato.

A luz irreal
filtrada pelas frestas
estende o fio tênue
preso ao choro da chegada
e ao lamento da partida.
Uma linha irregular liga
o que se foi ao que será.

Ele absorve a existência
como um bebê sorve o leite materno .
Vive a observar
pela estreita janela
a vida que passa a passos lentos
intimando-o a acompanhá-la
como se ele fosse
um velho companheiro de caminhada.

Jorge Nicoli

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