O desgaste da inveja
De todas as características
que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso
não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer
impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja.
Em vez de sentir prazer com
o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas
vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens
para si próprio.
Se uma tal paixão toma
proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do
talento mais excepcional.
Por que é que o médico deve
ir ver os seus doentes de automóvel quando o operário vai para o seu trabalho a
pé?
Por que é que o
investigador científico pode passar os dias num quarto aquecido, quando os
outros têm de expor-se à inclemência dos elementos?
Por que é que um homem que
possui algum talento raro de grande importância para o mundo deve ser
dispensado do penoso trabalho doméstico?
Para tais perguntas a
inveja não encontra resposta. Afortunadamente, porém, há na natureza humana um
sentimento compensador, chamado admiração.
Todos os que desejam
aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a
inveja.
Bertrand Russell,
1872/1970
Filósofo, Matemático, Crítico social, Escritor,
nascido
na Inglaterra
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CASA
SETE
Lingüiça
de carne suína
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