terça-feira, 22 de dezembro de 2015



O desgaste da inveja



De todas as características que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja.

Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio.

Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional. 

Por que é que o médico deve ir ver os seus doentes de automóvel quando o operário vai para o seu trabalho a pé?

Por que é que o investigador científico pode passar os dias num quarto aquecido, quando os outros têm de expor-se à inclemência dos elementos?

Por que é que um homem que possui algum talento raro de grande importância para o mundo deve ser dispensado do penoso trabalho doméstico?

Para tais perguntas a inveja não encontra resposta. Afortunadamente, porém, há na natureza humana um sentimento compensador, chamado admiração.

Todos os que desejam aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja.
 

Bertrand Russell,
1872/1970
Filósofo, Matemático, Crítico social, Escritor, 
nascido na Inglaterra

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CASA SETE

Lingüiça de carne suína


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