quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


O Meio do Dia

O relógio da matriz marca as doze horas,
do alto o sol espalha seus raios
por toda a cidade,
ainda ilumina o campo de flores mortas.

Nos destroços do foguete espacial
dois jovens trocam carícias.

Do ar a águia observa
as ruas desertas da cidade dilacerada,
o estranho ar parado mostra que a vida 
não se move.

A morte candidamente beija 
os pés de dois irmãos.

O cão raivoso caminha pelas trilhas
abertas nas trevas,
os olhos verdes da virgem petrificam 
os seres e as plantações,
as nuvens brancas deslocam rapidamente
a caminho do infinito alaranjado.

O odor das montanhas transpassa o espaço
onde dois anjos fingem ser deus.

O bêbado cambaleia nos becos
contaminados pela peste,
as moscas se acumulam sobre o cadáver
da monalisa gorda e suja.

O sopro quente invade a sala
onde dois meninos brincam de bandidos.

Jorge Nicoli
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CASA SETE

Lingüiça de carne suína

Qualidade e gosto diferenciado



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