quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


Reflexão sobre a paz

Paz é a palavra mais usada nas festividades de final de ano. Um costume que se cristalizou e tornou-se hábito.

Todos a repetem, de maneira quase automática, sem se dar conta de seu significado.

Pode ser que, um ou outro, a reproduza enchendo-a de sentimentos, porém a maioria apenas repete um velho jargão que  contém a tal palavra.

Talvez porque sente que no outro existe o desejo de ter a paz, embora pouca gente seja capaz de definir o que seja a paz e sua efetiva serventia.

Serviria para acalmar a eterna angústia que acompanha o ser humano? Ou serviria para cessar os conflitos sociais?

E o que faríamos num mundo em paz? Nos acomodaríamos nos colchões da inércia, iríamos nos sucumbir diante do nada.

A paz interior aniquilaria a força, destruiria a criatividade e o homem se tornaria um zumbi.

É a angústia que impulsiona o ser humano para a vida, que o faz criativo. Que o faz viver.

O homem em paz seria tragado pelo comodismo, pelo conformismo e caminharia para o nada, da mesma maneira que o mundo pacificado caminharia para o caos.

E a quem interessa um mundo em paz? Apenas às classes dominantes, aos
dominados resta o lixo produzido pelos dominadores.

            Na realidade a classe dominante detesta os gritos das ruas, dos excluídos, ela prefere a paz, mas a dos cemitérios.

Jorge Nicoli


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