terça-feira, 22 de dezembro de 2015



Uma Poesia de Amor

De manhã,
quando olhei no espelho
e não me vi
comecei a pensar
sobre onde poderia estar.

Numa  nave espacial
abduzido por alienígenas?
Na lua, junto a Jorge,
meu padrinho
que me resgatara  do deserto
onde não havia divindades?

Poderia estar
voando por sobre as florestas escuras,
perdido, num vôo cego
sem destino.

Onde estou?
Escondido nos vãos de dentro de mim
ou me agarrando aos anacrônicos sonhos?

Quem sabe
esteja sentado à mesa,
falando de filosofia com o demônio.
ou discutindo com Deus
o significado da vida.

Estaria  eu
a correr atrás
das mesmas paixões improváveis?
Ou a procurar a saída do labirinto,
onde moram os dragões,
criados pela minha mente insana?

Talvez
tenha sido levado, sorrateiramente,
pela morte.

De repente, abro os olhos
e me vejo ainda no quarto,
aprisionado pela saudade,
atenta carcereira a me vigiar
desde que tu partiste.

Jorge Nicoli


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CASA SETE

Lingüiça de carne suína


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