A fonte secou
*
Não sei como,
nem quando, mas há um bom tempo que estancou o rio que abastecia minha
inspiração. Secou o leito por onde passavam as límpidas águas que
refletiam meus versos.. Não deixei de me apaixonar, nem me perdi das
minhas eternas musas, inspiradoras de minha poesia. Meus olhos
ainda brilham quando olho para seus olhos, meu coração ainda dispara quando te
vejo, meus ouvidos se agitam ainda a ouvir sua voz, minha retina
ainda retém sua doce imagem. Elementos indispensáveis para
alimentarem minha verve poética, para me deixarem apaixonado, porém o
terreno está tórrido, como a paisagem de um sertão. Uma caatinga se formou em
minh´alma e a sede de inspiração me consome como a um viajante incauto
perdido no deserto. O rio secou. Imagino que alguma fada enciumada
tenha construído um dique, represando a fonte de minha inspiração.
(* Marcleo, Túlio Lauar e Monsueto)
Jorge Nicoli
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Comary
parceiro do
Sopa de Cebola
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