quinta-feira, 7 de maio de 2015





A POESIA DO DIA

Passeio Noturno


Meus passos dobram
trôpegos, atemorizados,
meus olhos se voltam
buscam o tempo,
minha boca emite o silêncio
e a saliva se revela viscosa.
.
Meus pensamentos quedam inertes
e os membros travam meu caminho.

Ratos e baratas passeiam
pelas grades e pelas bocas,
cães ladram pela lua, pelas ruas
desertas e incertas.
As corujas observam
nos pontos imaginários
putas, farsantes e escroques
a escolherem vias e viagens.

Figuras rotas e soturnas
nas trilhas noturnas
passeiam de mãos dadas
a contarem estrelas e mariposas.

Coisas retintas, cores infinitas,
tintas burlescas
escondem riscos e ritos
e os fantasmas míticos
revelam pragas a corroerem
o âmago do jardim de rosas negras.

Meus olhos travam,
os passos dobram as pernas
em busca do tempo,
minha boca queda inerte
e o pensamento trôpego
revela o silêncio.

Jorge Nicoli

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