quarta-feira, 27 de maio de 2015

O preconceito que resiste

Preconceito é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. Este preâmbulo o leitor vai encontra no google, onde fui buscar o significado do termo que serve como tema
O preconceito é algo que vem no bojo da ideologia – tema que já abordei neste espaço – e como todas elas são rasteiras,  não se admitem discussões.O preconceito cai como uma luva.
Interessante é que algumas pessoas retransmitem frases preconceituosas sem se dar conta disso. Abraçam e nutrem amizade por negros, homossexuais, loiras, e, vez ou outra, soltam uma pérola luminosa de preconceito. E o racismo está intimamente ligado ao preconceito. Irmãos siameses da intolerância racial. É claro que o preconceito não se manifesta só em relação ao negro, ele é manifestado quando se conta uma piadinha de loira, ou num comentário engraçadinho sobre bicha ou então numa demonstração de incômodo com a presença de um deficiente. As redes sociais, durante as eleições, não deixaram dúvidas sobre o que se pensa de pobres e de nordestinos. Alguns deslizes podem ser inconsciente, fruto da ideologia perversa que se manifesta no inconsciente coletivo dos brasileiros.
Qualquer preconceito é execrável, mas vou me fixar no racial, porque é preciso lembrar que o Brasil praticou uma dos grandes crimes contra a humanidade quando, por mais de um século, permitiu a escravidão de negros e que só acabou naquele 13 de maio porque houve pressão internacional. Acabou com a escravidão mas não com a segregação. O negro liberto foi jogado nas favelas e nas periferias das grandes cidades, conseguiu a liberdade mas não seu lugar de direito na sociedade e nem o pleno reconhecimento dos irmãos de pele clara. O preconceito continua entranhado na alma do nosso povo e só com muita luta conseguiremos extirpar esta nódoa de nosso espírito.
O negro já freqüenta as Universidades, já chega a ocupar algum posto de comando, porém, não se iluda, permanece sendo, na consciência branca, cidadão de segunda categoria. Vez ou outra, nos estádios de futebol, aparece um coro para não nos deixa esquecer.


Emílio Migliori 
colaborador do Sopa de Cebola

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