Inseticídio
Não
foram poucos os gritos de dor de uns e as gargalhadas de outros, quando
corajosamente enrolavam-se trapos na cabeça e pescoço e aventuravam-se a cavar
cupinzeiros ou rachar um tronco velho na tentativa de colher o mel das abelhas
silvestres. Era uma epopéia: Enxada, facão e machado, um balde, tochas para o
fumeiro em longas caminhadas noturnas. Correr ou rolar pelo capim era, muitas
vezes, a única maneira de escapar das ferroadas.
O
inseticídio não era somente funcional, na busca pelo mel com o qual todos se
lambuzavam. Provar coragem atirando pedras em casa de marimbondo era parte do
cotidiano infantil e o alvo era sempre o Polybia Paulista, o marimbondo
chumbinho, que costuma se instalar nos beirais das casas e outras instalações
da fazenda. Para os antigos, um crime, pois crêem na prosperidade relacionada à
existência daquele inseto ali. O Tempo se vai e as provas de coragem já não se
justificam.
Os
desafios mudaram e as velhas crenças são melhores entendidas. O chumbinho, onde
quer que se instale, já não é perigoso. Quando uma família de chumbinhos se
instala na construção ainda inacabada e Cido, o construtor, afirma que a
prosperidade ali se instalou mesmo antes do dono da casa. Pode ser que a sorte
e prosperidade estejam presentes de alguma maneira. Ficarão lá os chumbinhos,
seja por recordação da infância e as muitas histórias ou por querer crer nos
bons agouros que estes trazem. Sim, os primeiros moradores já estão lá e lá
ficarão.
Mauro Mendes
Designer e Coordenador do Anglo
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CONSERVATÓRIO
Lorena
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Dias 11 e 12 de novembro
Casa da Cultura
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