terça-feira, 3 de novembro de 2015



Inseticídio

Não foram poucos os gritos de dor de uns e as gargalhadas de outros, quando corajosamente enrolavam-se trapos na cabeça e pescoço e aventuravam-se a cavar cupinzeiros ou rachar um tronco velho na tentativa de colher o mel das abelhas silvestres. Era uma epopéia: Enxada, facão e machado, um balde, tochas para o fumeiro em longas caminhadas noturnas. Correr ou rolar pelo capim era, muitas vezes, a única maneira de escapar das ferroadas.

O inseticídio não era somente funcional, na busca pelo mel com o qual todos se lambuzavam. Provar coragem atirando pedras em casa de marimbondo era parte do cotidiano infantil e o alvo era sempre o Polybia Paulista, o marimbondo chumbinho, que costuma se instalar nos beirais das casas e outras instalações da fazenda. Para os antigos, um crime, pois crêem na prosperidade relacionada à existência daquele inseto ali. O Tempo se vai e as provas de coragem já não se justificam.

Os desafios mudaram e as velhas crenças são melhores entendidas. O chumbinho, onde quer que se instale, já não é perigoso. Quando uma família de chumbinhos se instala na construção ainda inacabada e Cido, o construtor, afirma que a prosperidade ali se instalou mesmo antes do dono da casa. Pode ser que a sorte e prosperidade estejam presentes de alguma maneira. Ficarão lá os chumbinhos, seja por recordação da infância e as muitas histórias ou por querer crer nos bons agouros que estes trazem. Sim, os primeiros moradores já estão lá e lá ficarão.

Mauro Mendes
Designer e Coordenador do Anglo

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