terça-feira, 1 de dezembro de 2015



O Reverso do Verso

A ponta do punhal
e as gotas do sangue coagulado,
o rosto desfigurado
é a máscara da morte.

O vento sopra forte
e o movimento escancara a porta.
O barco aporta em areias escuras
e os pés atolam no charco.

Os ipês sombreiam
o largo da discórdia
quando na pia batismal
o monge unge o feroz animal.

Maria toda prosa
prova o veneno da cobra coral
e o dia se fecha para o sol.

O frio fio do punhal rasga o véu
e os tons avermelhados se sormam
às mechas dos aloirado cabelos.

Os parcos passos no charco
levam ao leu
e se o princípio é o verso
o fim é o reverso.


Jorge Nicoli

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CONSERVATÓRIO

Lorena

Um Novo Espaço de Arte e Cultura


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