O Reverso do Verso
A ponta do punhal
e as gotas do sangue coagulado,
o rosto desfigurado
é a máscara da morte.
O vento sopra forte
e o movimento escancara a porta.
O barco aporta em areias escuras
e os pés atolam no charco.
Os ipês sombreiam
o largo da discórdia
quando na pia batismal
o monge unge o feroz animal.
Maria toda prosa
prova o veneno da cobra coral
e o dia se fecha para o sol.
O frio fio do punhal rasga o véu
e os tons avermelhados se sormam
às mechas dos aloirado cabelos.
Os parcos passos no charco
levam ao leu
e se o princípio é o verso
o fim é o reverso.
Jorge Nicoli
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CONSERVATÓRIO
Lorena
Um Novo Espaço de
Arte e Cultura
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