Cumprimento ignorado
Não sou psicólogo, como não sou sociólogo, muito menos sábio, somente
escrevo por necessidade vital. Para isto costumo observar pessoas e
acontecimentos. E faço como exercício.
E neste exercício de observar me chama a atenção o comportamento
de algumas pessoas quando as cumprimento com um bom dia ou boa tarde, às vezes,
boa noite, e o faço porque gosto. Nada mecânico, sempre acompanha um
sorriso. A maioria responde ao cumprimento e sinto – pode ser apenas impressão
- que alguns se mostram surpresos. Outros nem respondem. Claro que
existe uma boa parcela que retribui até com um sorriso mais exuberante que o
meu.
Mas queria falar dos que tem certa dificuldade em responder a um cumprimento
normal e parte da educação social. Não os conheço para emitir qualquer
conceito, porém não posso negar o incômodo causado, porque é algo simples, não
há nenhum esforço maior para responder a um cumprimento, e se negam. Não
acredito em deselegância ou má educação. Pode ser desatenção ou
preocupação com alguma coisa. Ou devaneios. A outra hipótese a de não ir com
minha cara, não me achar simpático o suficiente para ser agraciado com um
cumprimento. Pode ser.
Para ir mais longe. penso que há nos dias de hoje uma ideologia
envolvendo as pessoas. Ideologia que difunde o conceito da pressa, das
responsabilidades com todas as coisas, mesmo as de pouca importância, conceito
de pós- modernidade - uma bobagem semântica - e principalmente, o
conceito da falta de diálogo. Não sou ingênuo para achar que não existe um
grande déficit no quesito dialogar. Internet, televisão, celular modernosos
substituem o contato, só que me parece que as pessoas aceitam passivamente esta
ideologia, não a contestam e por isso não respondem meu sorridente cumprimento.
Jorge Nicoli
_______________________________________________
Barraca das Dondocas
parceira do
Sopa de Cebola
Nenhum comentário:
Postar um comentário