quinta-feira, 23 de abril de 2015



Cumprimento ignorado
Não sou psicólogo, como não sou sociólogo, muito menos sábio, somente escrevo por necessidade vital. Para  isto costumo observar pessoas e acontecimentos.  E faço como exercício.
E neste exercício de observar  me chama a atenção o comportamento de algumas pessoas quando as cumprimento com um bom dia ou boa tarde, às vezes, boa noite, e o faço porque gosto. Nada mecânico,  sempre acompanha um sorriso. A maioria responde ao cumprimento e sinto – pode ser apenas impressão -  que  alguns se mostram surpresos. Outros nem respondem. Claro que existe uma boa parcela que retribui até com um sorriso mais exuberante que o meu.
Mas queria falar dos que tem  certa dificuldade em responder a um cumprimento normal e parte da educação social. Não os conheço para emitir qualquer conceito, porém não posso negar o incômodo causado, porque é algo simples, não há nenhum esforço maior para responder a um cumprimento, e se negam. Não acredito em deselegância ou má educação. Pode ser desatenção  ou preocupação com alguma coisa. Ou devaneios. A outra hipótese a de não ir com minha cara, não me achar simpático o suficiente para ser agraciado com um cumprimento. Pode ser.
Para ir mais longe. penso que há nos dias de hoje uma ideologia envolvendo  as pessoas. Ideologia que difunde o conceito da pressa, das responsabilidades com todas as coisas, mesmo as de pouca importância, conceito de pós- modernidade  - uma bobagem semântica -  e principalmente, o conceito da falta de diálogo. Não sou ingênuo para achar que não existe um grande déficit no quesito dialogar. Internet, televisão, celular modernosos substituem o contato, só que me parece que as pessoas aceitam passivamente esta ideologia, não a contestam e por isso não respondem meu sorridente cumprimento.
Jorge Nicoli

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Barraca das Dondocas
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