Traço
de implicância
À
medida que envelhece o ser humano torna-se mais implicante, com menos
paciência. Comigo não é diferente, já beirando os 70. Não sou um implicante
grosseiro muito menos deselegante. Não perco a compostura com filas, nem com a
cara de mofo de algumas caixas de supermercados. Não esbravejo quando o
supermercado fica com um ou dois centavos meus, da mesma forma que suporto
esperar quem usa o caixa preferencial pagar as contas da família toda, não
raro, da rua inteira. Mas, confesso, minha implicância se manifesta, porém se
resume em comentários com amigos ou numa pequena catarse escrevendo, como faço
agora.
Mas
tem outra coisa que meu traço implicante se revela, embora não me afete
diretamente, é o aparelho de televisão em restaurantes. Sento sempre de
costas para o tal e o que me impressiona é a família sair para jantar ou
comer uma pizza ficar comendo assistindo novela ou umas dessas bobagens
televisas. Apenas transferem a sala para o restaurante.
Além
disso vivo me perguntando: qual a simbiose entre o ônibus e o celular?
A pessoa adentra ao coletivo e já saca, da bolsa ou do bolso, o
aparelho. Pode ser um fetiche. Não sei. E porque alguém leva
celular quando vai ao cinema, ao teatro ou a um campo de futebol? Para
fotografar, quem sabe, o problema é que alguns conversam durante a partida e
não o desligam no teatro ou no cinema.
A
lista de implicância é mais extensa, mas fico por aqui pensando em fazer
terapia, me imaginando vivendo mais uns 10 ou 15 anos.
Jorge
Nicoli
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