terça-feira, 14 de abril de 2015



FILME

Ordem do mestre: Não desafine nunca!

Whiplash – Em Busca da Perfeição, EUA, 2014. Direção de Damien Chazelle. Com Miles Teller, J.K. Simmons.v Drama/suspense. Um jovem baterista sonha em ser o melhor de sua geração e para tanto vai estudar na melhor escola de música, tendo aulas com o reverenciado e impiedoso mestre Terence  Fletcher. O treinamento com o professor coloca o aluno em situações que ultrapassam os limites do razoável. Se todo sucesso tem um preço a ser pago, o aluno vai submeter-se a tudo em busca da  perfeição. O método de ensino de Fletcher é, no mínimo, questionável e de resultados
duvidosos: não têm limites. Repetições sem fim, pressão psicológica e até castigos físicos. O futuro do músico está em jogo: tudo é válido para se conseguir a perfeição? O que é a  perfeição? Valerá a pena tanta dedicação, tanto esforço, tantas horas de ensaio, tantos noites  sem dormir? Os exercícios repetitivos e diários consomem sua capacidade física e emocional;  uma verdadeira obsessão toma conta dele: tudo gira em torno de sua bateria. A vida pessoal  fica relegada a um segundo plano. O professor revela-se um sádico e o aluno entra no jogo do. Existe um objetivo, uma meta a ser alcançada, e o céu é o limite! O professor lembra muito um típico “sargentão”: exige o máximo de seus comandados, aqui os  músicos não têm trégua. Deles se extrai até o sangue (a cena do personagem sangrando  quando segura as baquetas é impressionante). Todos sofrem bullying. O ator J.K. Simonn faz com muita competência este tirânico mestre. E muito, provavelmente, desperta ódio e muita raiva em todos os espectadores. Ele é um homem sem alma, não conhece a piedade. Já ocupa um lugar de destaque na galeria de “homens maus” do cinema. O novato ator Miles Teller consegue passar toda gana em busca da perfeição, quer um lugar no pódio e constrói um personagem muito verossímil. Os embates aluno-mestre são fantásticos; admiráveis.
A trilha sonora é puro jazz, e da melhor qualidade. Ela vai além de simplesmente dar o clima ou pontuar  cenas. Ela integra a ação; uma

personagem mais que coadjuvante. Música para além dos ouvidos. E o final é surpreendente. Imperdível.
 O filme ganhou três Oscar, ator coadjuvante (J.K.Simonns), trilha sonora e edição de som.

Joel B. Ramos
Colaborador do
Sopa de Cebola
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Gráfica Color 7
parceira e
responsável pela estética  do
Sopa de Cebola


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