FILME
Ordem do mestre: Não desafine nunca!
Whiplash – Em Busca da Perfeição, EUA, 2014. Direção de Damien
Chazelle. Com Miles Teller, J.K. Simmons.v Drama/suspense. Um jovem baterista
sonha em ser o melhor de sua geração e para tanto vai estudar na melhor escola
de música, tendo aulas com o reverenciado e impiedoso mestre Terence Fletcher. O treinamento com o professor coloca
o aluno em situações que ultrapassam os limites do razoável. Se todo sucesso
tem um preço a ser pago, o aluno vai submeter-se a tudo em busca da perfeição. O método de ensino de Fletcher é,
no mínimo, questionável e de resultados
duvidosos:
não têm limites. Repetições sem fim, pressão psicológica e até castigos
físicos. O futuro do músico está em jogo: tudo é válido para se conseguir a perfeição?
O que é a perfeição? Valerá a pena tanta
dedicação, tanto esforço, tantas horas de ensaio, tantos noites sem dormir? Os exercícios repetitivos e
diários consomem sua capacidade física e emocional; uma verdadeira obsessão toma conta dele: tudo
gira em torno de sua bateria. A vida pessoal fica relegada a um segundo plano. O professor
revela-se um sádico e o aluno entra no jogo do. Existe um objetivo, uma meta a
ser alcançada, e o céu é o limite! O professor lembra muito um típico
“sargentão”: exige o máximo de seus comandados, aqui os músicos não têm trégua. Deles se extrai até o
sangue (a cena do personagem sangrando quando
segura as baquetas é impressionante). Todos sofrem bullying. O ator J.K. Simonn
faz com muita competência este tirânico mestre. E muito, provavelmente,
desperta ódio e muita raiva em todos os espectadores. Ele é um homem sem alma,
não conhece a piedade. Já ocupa um lugar de destaque na galeria de “homens
maus” do cinema. O novato ator Miles Teller consegue passar toda gana em busca
da perfeição, quer um lugar no pódio e constrói um personagem muito verossímil.
Os embates aluno-mestre são fantásticos; admiráveis.
A trilha
sonora é puro jazz, e da melhor qualidade. Ela vai além de simplesmente dar o
clima ou pontuar cenas. Ela integra a
ação; uma
personagem
mais que coadjuvante. Música para além dos ouvidos. E o final é surpreendente.
Imperdível.
O filme ganhou três Oscar, ator coadjuvante
(J.K.Simonns), trilha sonora e edição de som.
Joel B. Ramos
Colaborador do
Sopa de
Cebola
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Gráfica Color 7
parceira e
responsável pela
estética do
Sopa de Cebola
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