Que preguiça II
A preguiça é a doença da ação
A preguiça tem alvo. Sua arma é o
abandono. Quando temos preguiça tratamos nosso alvo como algo que simplesmente
não nos interessa. Abandonamos ou ficamos abandonados a nós mesmos. Pode-se ter
preguiça de conversar com amigos, mas também de educar os filhos, de ensinar
alunos, de informar um funcionário sobre seus erros ou até acertos. A preguiça
não vem do cansaço. É bom esclarecer que cansado é aquele que fez ou tentou
fazer, que exauriu forças e não pode prosseguir por esgotamento. Esgotou uma
força que havia. Preguiçoso é quem nem tentou fazer, mas está impedido por um
outro motivo, o descaso. Em sua base está um desinteresse pelas coisas e pelas
pessoas que, sem cuidado, pode se transformar em falta de respeito. O
preguiçoso é aquele que esgota uma força que nunca existiu, ele se cansa antes
de ter começado como se estivesse doente de uma curiosa incapacidade de agir.
Márcia Tiburi
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Tatá Cardoso
Fotógrafo é parceiro do
Sopa de Cebola
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