sábado, 11 de abril de 2015

Três canções que  se deve ouvir antes de morrer
Construção, de Chico Buarque, gravado em 1971 pelo próprio. Um Chico experimental, não musicalmente, embora o arranjo seja maravilhoso dando o tom da tragédia urbana retratada na letra. Uma letra construída em versos terminados em proparoxítonas. Um jogo brilhante numa construção poética digna de alguns gênios da nossa literatura. Chico diz que letra de música não é poesia, mas não se pode negar que as letras dele são poemas. A observar o duplo sentido de Construção, a tragédia urbana e a própria letra como um belo exercício de construção poética.
Loucura, de Lupicínio Rodrigues (1914/1974). Um samba-canção, marca registrada deste gaúcho, com todos os ingredientes de uma grande dor de cotovelo. Um dramalhão muito bem feito poeticamente. Um Lupicínio em seus melhores dias mostrando a loucura de um apaixonado. Os versos finais são antológicos: ”Porque não deixa eu mostrar a essa gente, que ainda existe o verdadeiro amor. Faça ela voltar de novo pro meu lado,eu me sujeito a ser sacrificado. Salve seu mundo com minha dor”.
Grito de alerta, Gonzaguinha (1945/1991), gravado em 79 por Maria Bethânia, O que é considerada uma bela composição? A união perfeita entre a música, a letra e a melodia, este é o caso deste Grito de alerta. Gonzaguinha fala de uma relação que se chega ao fim e como todos os finais: triste. Tudo se resume no verso final: “há um lado carente dizendo que sim, e esta vida da gente gritando que não”. No you tube se encontra algumas gravações interessantes como de Bruno & Marrone, Eles mesmo. Nathalia Lima e Renata Pedroh.
Jota Pedro
Colaborador do Sopa de Cebola
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Mandala
Ria Major Oliveira Borges
Também é parceira do
Sopa de Cebola


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