quarta-feira, 22 de abril de 2015




Divagando sobre a infelicidade

            Nos anos 70, salvo engano, Maria Bethânia gravou uma composição  de Caetano Veloso, chamada Maria que iniciava com ela dizendo algumas coisas e entre elas uma frase: “mais uma contribuição para o ócio daqueles que, com a infelicidade alheia compensa sua própria infelicidade”. Não sei se a frase era do Caetano ou de outro autor, o fato é que me chamou a atenção, tanto que quase quatro décadas depois ainda está na minha memória.
Na época eu e um amigo tentávamos entender a dita frase, filosofamos bastante, entramos  por vários caminhos à procura do entendimento, porém não chegamos à conclusão alguma e a frase ficou restrita às minhas lembranças. Não sei se na dele também , mas hoje talvez consiga entendê-la quando vejo em alguns canais de televisão programas policiais que se esmeram em mostrar o mundo cão, assim como a mídia esgota seu repertório, supostamente investigativa, de reportagens sobre as tragédias urbanas. Neles se concentram a infelicidade de muita gente e compensa a infelicidade do espectador que ávido sustenta a audiência, compensando, talvez inconscientemente, sua própria infelicidade.
Atitude que se repete quando as pessoas correm para testemunhar algumas outras tragédias humanas, onde há algo de mórbido na satisfação de saber que há alguém pior que elas. Repito, é inconsciente, não há premeditação no ato. Não sou psicólogo, nem pretendo ser, apenas fruto de observação, da mesma forma que observo que até nas atitudes altruísticas existem esta compensação da infelicidade. Ficam felizes, não porque ajudaram ao próximo, mas sim porque estão em melhores condições que o outro.
Apenas uma divagação que pode servir para uma reflexão.
                                                                                  Xangô
    
Divagando sobre a infelicidade
            Nos anos 70, salvo engano, Maria Bethânia gravou uma composição  de Caetano Veloso, chamada Maria que iniciava com ela dizendo algumas coisas e entre elas uma frase: “mais uma contribuição para o ócio daqueles que, com a infelicidade alheia compensa sua própria infelicidade”. Não sei se a frase era do Caetano ou de outro autor, o fato é que me chamou a atenção, tanto que quase quatro décadas depois ainda está na minha memória.
Na época eu e um amigo tentávamos entender a dita frase, filosofamos bastante, entramos  por vários caminhos à procura do entendimento, porém não chegamos à conclusão alguma e a frase ficou restrita às minhas lembranças. Não sei se na dele também , mas hoje talvez consiga entendê-la quando vejo em alguns canais de televisão programas policiais que se esmeram em mostrar o mundo cão, assim como a mídia esgota seu repertório, supostamente investigativa, de reportagens sobre as tragédias urbanas. Neles se concentram a infelicidade de muita gente e compensa a infelicidade do espectador que ávido sustenta a audiência, compensando, talvez inconscientemente, sua própria infelicidade.
Atitude que se repete quando as pessoas correm para testemunhar algumas outras tragédias humanas, onde há algo de mórbido na satisfação de saber que há alguém pior que elas. Repito, é inconsciente, não há premeditação no ato. Não sou psicólogo, nem pretendo ser, apenas fruto de observação, da mesma forma que observo que até nas atitudes altruísticas existem esta compensação da infelicidade. Ficam felizes, não porque ajudaram ao próximo, mas sim porque estão em melhores condições que o outro.
E tem algo muito interessante estas pessoas não se indentificam com seus semelhantes, tanto que Lula só foi eleito quando resolveu mudar sua postura e o fez quando deixou de dizer que” trabalhador vota em trabalhador”. Não vota, pobre só vota em vencedor.
                         Xangô
                        é colaborador do Sopa de Cebola
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Sopa de Cebola    



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