segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016


CINEMA
crítica


O último ato, 2014, dirigido por Barry Levinson, (Rain Man e Bom dia, Vietnã), narra a história de Simon Axler (Al Pacino), um ator em plena decadência – pateticamente, tenta o suicídio saltando do palco – que resolve recriar sua vida. Se isola em sua casa enorme, onde só conhece a parte de baixo. Uma casa que embora seja dele há 14 anos, ele pouco conhece, assim como pouco conhece a si próprio. Se envolve com a jovem, - filha de ex-amigos – lésbica, numa relação estranha e quase surreal. Na realidade, ao se relacionar com uma lésbica é o de não poder se relacionar amorosa e sexualmente com uma mulher. Talvez, por causa da idade, 65 anos, apareça o medo. Ainda existem três  personagens na trama, a ex-namorada da tal jovem que, com operação, se transformou em homem, o psiquiatra, que o atende pelo skyper –  mostrando o desprezo dos americanos pela terapia – e uma paranóica que insiste para que Simon assassine seu marido.  Os monólogos e os diálogos com seu terapeuta são brilhantes e, de tudo, a tragédia humana se misturando com tragédia teatral.  A vida e a arte numa relação trágica. Al Paccino, como de costume, ótimo. Um filme não muito digestivo. A quem veja influência de Woody Alen.

Jorge Nicoli

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Boletim de Arte e Cultura

PENSO QUE

toda  a pessoa que se recusa a  aceitar o não como resposta, como o direito do outro em se negar a dizer sim, tenha uma personalidade narcísica.

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CINEMA

4º Filme dos 13 Filmes Brasileiros
Que Não se Pode Deixar de Ver

cartaz de Noite Vazia 

Noite Vazia, 1964, de Walter Hugo Khouri, com Norma Bengell, Odete Lara, Mário Benvenutti, Gabrielle Tinti, Lisa Negri. Um rico empresário e seu amigo, fazem incursões pela noite paulistana em busca de sexo e diversão que preencham o vazio de suas vidas. Numa dessas noitadas, a dupla encontra, numa casa noturna, duas prostitutas de luxo, convidadas para ir ao apartamento do empresário. Lá, os quatro entregam-se aos prazeres do sexo e suas infinitas variações. Khouri e seu cinema sempre autoral, sua temática freudiana, tentando desnudar a alma do ser humano.


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Três citações de Clarice

- Já que se há de escrever... que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.

- Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada

- Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.


Clarice Lispector
1920/1977
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Três citações de Heidegger

- Entre o pensamento e a poesia há um parentesco porque ambos usam o serviço da linguagem e progridem com ela. Contudo, entre os dois persiste ao mesmo tempo um abismo profundo, pois moram em cumes separados.

- A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada.

- Viemos demasiado tarde para os Deuses e demasiado cedo para o Ser. C
homem é um poema que o Ser começou.


Martin Heidegger
1889/1976
Filósofo, nascido na Alemanha
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domingo, 28 de fevereiro de 2016


CINEMA

13 Filmes Brasileiros
Que Não se Pode Deixar de Ver.
Terra em Transe1967, do roteirizado e dirigido por Glauber Rocha, com
Jardel Filho
, Glauce Rocha, José Lewgoy, Paulo Autran, Paulo Gracindo.
Na fictícia República de Eldorado, Paulo Martins é um 
jornalista idealista e poeta ligado ao político conservador em ascensão e tecnocrata Porfírio Diaz e à amante dele, a meretriz Silvia, com quem também mantêm um caso formando um triângulo amoroso. Quando Diaz se elege senador, Paulo se afasta e vai para a província de Alecrim, onde conhece a ativista Sara. Juntos eles resolvem apoiar o vereador populista Felipe Vieira para governador na tentativa de lançarem um novo líder político, supostamente progressista, que guie a mudança da situação de miséria e injustiça que assola o país. Ao ganhar a eleição, Vieira se mostra fraco e controlado pelas forças econômicas locais que o financiam. Enfim, uma obra atualíssima, com Glauber em seus melhores dias e,, se não bastasse isso, ainda conta com um elenco maravilhoso.

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A natureza subjetiva do tempo

O tempo, tal como o espaço, é uma forma pura da intuição ou percepção sensível. É a condição de toda a percepção ativa imediata, e também de tudo o que é percepcionado, isto é, de toda a experiência e de tudo o que é experimentado.

A natureza é feita de tempo e de espaço, e é um processo. Quando salientamos o seu aspecto espacial, estamos conscientes da sua natureza objetiva; quando salientamos o seu aspecto temporal, tornamo-nos conscientes da sua natureza subjetiva.

Tal como a percepcionamos, a natureza é um processo de devir infindável e contínuo. As coisas chegam e partem no tempo, mas são também temporais - o tempo é o seu modo de existência. 


Georg Hegel 
1770/1831 
Filósofo, nascido na Alemanha

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Só arriscando a nossa vida
conservamos a liberdade

Só arriscando a nossa vida conservamos a liberdade, só assim provamos que a essência da consciência de si próprio não é o ser, não é o modo imediato como essa consciência surge em primeiro lugar, não é a sua fixação na expansão da vida.


Georg Hegel 
1770/1831 
Filósofo, nascido na Alemanha

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sábado, 27 de fevereiro de 2016





Não seremos capazes

de modificar um único homem

 

Deixemos pois de pensar mais em punir, em censurar e em querer melhorar!

Não seremos capazes de modificar um único homem; e se alguma vez o conseguíssemos seria talvez, para nosso espanto, para nos darmos também conta de outra coisa: é que teríamos sido nós próprios modificados por ele!

Procuremos antes, por isso, que a nossa influência se contraponha e ultrapasse a sua em tudo o que está para vir! Não lutemos em combate direto... qualquer punição, qualquer censura, qualquer tentativa de melhoria representa combate direto.

Elevemo-nos, pelo contrário, a nós próprios muito mais alto. Façamos sempre brilhar de forma grandiosa o nosso exemplo. Obscureçamos o nosso vizinho com o fulgor da nossa luz.

Recusemo-nos a nos tornar, a nós próprios, mais sombrios por amor dele, como todos os castigadores e todos os descontentes! Escutemo-nos, antes, a nós. Olhemos para outro lado. 


Friedrich Nietzsche,

1844/1900


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CASA SETE

Lingüiça de carne suína e
Hambúirguer caseiro





CINEMA

13 Filmes Brasileiros
Que Você Não Deve Deixar de Ver




A Falecida, 1965, dirigido por Leon Hirszman. Baseado na obra homônima de Nelson Rodrigues, o filme tem roteiro de Leon Hirszman e do documentarista Eduardo Coutinho. É o primeiro filme de Fernanda Montenegro., com 25 anos à época, que faz Zulmira, uma mulher  obcecada pela ideia da morte e assim ter um enterro de luxo para compensar a sua vida simples e miserável num subúrbio do Rio de Janeiro.  Mais um retrato  sem retoques da família feito por Nélson Rodrigues. No elebco, além de Fernanda, grandes atores como Paulo Gracindo, Ivan Cândido, Nélson Xavier,. Entre outros.

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CASA SETE

Lingüiça de carne suína e
Hambúirguer caseiro


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016



A monotonia


A monotonia é o que há de mais belo ou de mais terrível. De mais belo, se for um reflexo da eternidade. De mais terrível, se for indício de uma perenidade imutável.

Tempo ultrapassado ou tempo esterilizado. O círculo é o símbolo da bela monotonia, a oscilação pendular da monotonia atroz. 


Simone Weil,
1909/1943 
Filósofa, nascida na França

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GRÁFICA COLOR 7

Tel. 3157 8910 









Nem senhor nem escravo


A única disciplina é estar diante da natureza e não dos homens. Depender de uma vontade estranha, é ser escravo. Porém, esse é o destino de todos os homens.

O escravo depende do senhor e o senhor do escravo. Condição que se torna ou suplicante ou tirânica ou as duas simultaneamente.

Pelo contrário, diante da natureza inerte, não temos outro remédio que não seja pensar. 


Simone Weil,
1909/1943 
Filósofa, nascida na França

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Tel. 3157 8910 







PENSO QUE

o querer o melhor para o outro seja deixá-lo, à vontade, para escolher o que entenda ser o melhor para si.

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Tel. 3157 8910


CINEMA

Os 13 melhores Filmes do Brasil

 

. O filme conta a história de um jovem filho de imigrante italiano que, às vésperas de seu casamento, sai em busca de dinheiro para pagar as despesas com a festa. O filme é considerado um dos precursores do Cinema Novo, com forte influência do neo-realismo italiano. A cena do personagem de Guarnieri percorrendo as ruas numa bicicleta é antológica.

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016




Um herói não se declara

Aquele que se expõe à morte deve estar à altura de incutir à sua época a força da exasperação. Se, pois, vejo um homem até então completamente desconhecido dos seus contemporâneos aparecer afirmando que está pronto a sacrificar a sua vida e a enfrentar a morte, muito tranquilamente então  eu demitiria este profeta.

Nunca um tal homem chegaria ao ponto de ser condenado à morte pela sua época, ainda que, por outro lado, tivesse realmente a coragem de morrer e a isso estivesse disposto.

Ele não conhece o segredo; pensa evidentemente que os seus contemporâneos, os mais fortes, se encarregarão da execução, quando ele deveria ser de tal modo superior ao seu tempo que não o deixasse, permanecendo ele próprio passivo, cumprir sozinho o seu trabalho de tal modo superior que não lho indicasse mas livremente o constrangesse a sair-se bem dele.

Os juízes costumam deixar dormir a pena capital quando um infeliz desgostado com a vida deseja a morte, e tal é também a sabedoria desta geração: que prazer teria ele em ter feito perecer este herói!

Soren Kierkegaard,
1813/1855
Filósofo e teólogo
nascido na Dinamarca

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GRUPO DE TEATRO
“SÁBIA INDECISÃO”
O Teatro como Arte





O efeito do afastamento no tempo

O afastamento no tempo engana o sentido do espírito como o afastamento no espaço provoca o erro dos sentidos.

O contemporâneo não vê a necessidade do que vem a ser, mas, quando há séculos entre o vir a ser e o observador, então ele vê a necessidade, como aquele que vê à distância o quadrado como algo redondo.


Soren Kierkegaard, 
1813/1855 
Filósofo e teólogo,
nascido na Dinamarca

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“SÁBIA INDECISÃO”

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CINEMA

Lembranças Daqueles Tempos Sombrios
Ação entre amigos, 1998, dirigido por Beto Brant, conta a história de quatro amigos, que em 1971 foram presos e torturados pelo regime militar. Passados 25 anos esses quatro amigos se reencontram para uma pescaria no interior do Estado de São Paulo. Na realidade, um deles, planeja esta pescaria como pretexto para encontrar o torturador. Com um final surpreendente. O filme é um retrato das marcas deixadas  por um sistema ditatorial.

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“SÁBIA INDECISÃO”

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Existimos em função do futuro

Tentai apreender a vossa consciência e sondai-a. Vereis que está vazia, só encontrareis nela o futuro. Nem sequer falo dos vossos projetos e expectativas: mas o próprio gesto que surpreendeis de passagem só tem sentido para vós se projetardes a sua realização final para fora dele, fora de vós, no ainda-não.

Mesmo esta taça cujo fundo não se vê - que se poderia ver, que está no fim de um movimento que ainda não se fez -, esta folha branca cujo reverso está escondido (mas poderia virar-se a folha) e todos os objectos estáveis e sólidos que nos rodeiam ostentam as suas qualidades mais imediatas, mais densas, no futuro.

O homem não é de modo nenhum a soma do que tem, mas a totalidade do que não tem ainda, do que poderia ter. E, se nos banhamos assim no futuro, não ficará atenuada a brutalidade informe do presente?
O acontecimento não nos assalta como um ladrão, visto que é, por natureza, um Tendo-sido-Futuro. E, para explicar o próprio passado, não será a primeira tarefa do historiador procurar o futuro? 


Jean-Paul Sartre
1905/1980

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Ser é escolher-se

Para a realidade humana, ser é escolher-se: nada lhe vem de fora, nem tampouco de dentro, que possa receber ou aceitar.

Está inteiramente abandonada, sem auxílio de nenhuma espécie, à insustentável necessidade de se fazer ser até ao mais ínfimo pormenor.

Assim, a liberdade não é um ser: é o ser do homem, quer dizer, o seu nada de ser. (.

O homem não pode ser ora livre, ora escravo; ele é inteiramente e sempre livre, ou não é.

Jean-Paul Sartre,
1905/1980

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016


A independência do homem

Mal podemos acreditar no filósofo a quem tudo deixa indiferente; não acreditamos na tranquilidade do estóico, não desejamos sequer a impavidez, porque a própria condição humana nos lança na paixão e no medo, e são as lágrimas e o júbilo que nos permitem conhecer o que é.

Eis porque somente o impulso ascendente nos liberta das perturbações anímicas e não é pela supressão que nos encontramos. 

Temos, pois, que nos arriscar a ser homens e, enquanto homens, fazermos o que pudermos para alcançar a independência conquistada. Sofreremos então sem queixume, desesperar-nos-emos sem nos afundarmos, abalados mas nunca completamente derrubados quando suspensos à íntima independência que em nós se gera.

A filosofia, porém, é a escola dessa independência, não a sua posse.


Karl Jaspers, 
1883/1969 
Filósofo e psiquiatra,
nascido na Alemanha

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CINEMA


Lembrança Daqueles Tempos Sombrios


Araguaya - A Conspiração do Silêncio, 2004 escrito e dirigido por Ronaldo Duque. Ganhador do Prêmio Especial de Gramado de 2004, o filme é baseado nos acontecimentos da Guerrilha do Araguaia, que aconteceu na década de 1970, no norte do Brasil, com Northon Nascimento, Françoise Forton
Danton Mello. Comovente o idealismo e, ao mesmo tempo, a ingenuidade destes guerrilheiros que acreditavam ser possível vencer  o Exército, a covardia da imprensa e a inércia da maioria.

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