CINEMA
crítica
O último ato, 2014, dirigido por Barry Levinson, (Rain
Man e Bom dia, Vietnã), narra a história de Simon Axler (Al Pacino), um ator em
plena decadência – pateticamente, tenta o suicídio saltando do palco – que
resolve recriar sua vida. Se isola em sua casa enorme, onde só conhece a parte
de baixo. Uma casa que embora seja dele há 14 anos, ele pouco conhece, assim
como pouco conhece a si próprio. Se envolve com a jovem, - filha de ex-amigos –
lésbica, numa relação estranha e quase surreal. Na realidade, ao se relacionar
com uma lésbica é o de não poder se relacionar amorosa e sexualmente com uma
mulher. Talvez, por causa da idade, 65 anos, apareça o medo. Ainda existem três
personagens na trama, a ex-namorada da
tal jovem que, com operação, se transformou em homem, o psiquiatra, que o
atende pelo skyper – mostrando o
desprezo dos americanos pela terapia – e uma paranóica que insiste para que Simon
assassine seu marido. Os monólogos e os
diálogos com seu terapeuta são brilhantes e, de tudo, a tragédia humana se
misturando com tragédia teatral. A vida
e a arte numa relação trágica. Al Paccino, como de costume, ótimo. Um filme não
muito digestivo. A quem veja influência de Woody Alen.
Jorge Nicoli
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
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