Aprender a escrita pela leitura
Ao lermos um autor,
não temos a capacidade de adquirir as suas eventuais qualidades, como o poder
de convencimento, a riqueza de imagens, o dom da comparação, a ousadia, ou o
amargor, ou a concisão, ou a graça, ou a leveza da expressão, ou o espírito
arguto, contrastes surpreendentes, laconismo, ingenuidade e outras semelhantes.
No entanto, podemos
evocar em nós mesmos tais qualidades, tornarmo-nos conscientes da sua
existência, caso já tenhamos alguma predisposição para elas, ou seja, caso as
tenhamos potentia; podemos ver o que é possível fazer com elas,
podemos sentir-nos confirmados na nossa tendência, ou melhor, encorajados a
empregar tais qualidades; com base em exemplos, podemos julgar o efeito da sua
aplicação e assim aprender o seu uso correto; somente então as possuímos também actu.
sta é, portanto, a
única maneira na qual a leitura nos torna aptos para escrever, na medida em que
nos ensina o uso que podemos fazer dos nossos próprios dons naturais; portanto,
pressupondo sempre a existência destes. Por outro lado, sem esses dons, não
aprendemos nada com a leitura, exceto a maneira fria e morta, e tornamo-nos
imitadores banais.
Arthur Schopenhauer,
Arthur Schopenhauer,
1788/860
Filósofo, nascido na Alemanha
Filósofo, nascido na Alemanha
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GRUPO DE TEATRO
“SÁBIA INDECISÃO”
O Teatro como Arte
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