Tudo é divino
Há uma elasticidade
cósmica, se assim lhe posso chamar, que é extremamente enganadora. Dá ao homem
a ilusão temporária de que é capaz de mudar as coisas.
Mas o homem acaba sempre por tornar a cair em
si. É aí, na sua própria natureza, que pode e deve praticar-se a transmutação,
e em nenhum outro lugar. E quando um homem percebe a que ponto é isto verdade,
reconciliando-se com todas as aparências do mal, da fealdade, da mentira e da
frustração; a partir de então, deixa de aplicar ao mundo a sua imagem pessoal
de tristeza e dor, de pecado e corrupção.
Eu poderia, é
certo, formular tudo isto de modo muito mais simples, dizendo que, aos olhos de
Deus, tudo é divino. E quando digo tudo, é mesmo tudo o que quero dizer.
Quando olhamos as
coisas a tal luz, a palavra «transmutação» adquire um sentido ainda maior:
pressupõe que o nosso bem-estar depende do nosso entendimento espiritual, do
modo como nos servimos da visão divina que possuímos. Com um critério assim, o
que nos poderá ainda chocar?
Henry Miller,
1891/1980
Escritor , nascido nos EUA
Escritor , nascido nos EUA
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GRUPO DE
TEATRO
“SÁBIA INDECISÃO”
O Teatro
como Arte
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