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Mais uma reflexão
sobre o amor
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As pessoas, na sua grande maioria, têm uma visão comum sobre amor. Dizem
que ele liberta, que constrói, que movimenta o mundo, que é altruístita, enfim,
o amor, segundo estas pessoas, é o poder maior.
Tenho o maior respeito por aqueles que amam, que entendem que o amor é o
bem maior deixado por Deus aos homens. Porém tenho visão diferenciada sobre
este sentimento tão nobre e caro à humanidade.
Se dependesse do amor o mundo ainda estaria na pré-história, o homem
ainda estaria vivendo nas cavernas, comendo com as mãos, andando por longos
caminhos a pé,. O que trouxe ao homem condições de viver com certo conforto, foram
a ambição, a inveja, as inquietudes humanas, as angústias. O amor, por
princípio, aniquila estes instintos, leva o homem à inércia.
Não quero discutir a questão moral destes instintos, como não pretendo
entrar numa seara sobre os reais benefícios do progresso, tão somente no avanço
da humanidade. Se foi bom ou ruim, cada qual deve avaliar por si. O certo é que
o mundo avançou, e nada deve ao amor.
Outra máxima sobre o amor é de que ele é libertador, quando na realidade
possui um viés escravocrata. Quem ama não suporta a liberdade do ser amado,
pois o quer só para si, no amor só é aceita a reciprocidade e, o pior, quem ama
julga ter posse do ser amado, tanto que se mata por amor.
O amor por Cristo ou por Deus é libertador? Claro que não, pois a figura
de Cristo ou de Deus está cercada de dogmas e nada mais castrador do que os
dogmas.
E o amor traz em si um sentimento egoista. Ama-se em troca de alguma coisa, do amor do outro ou do
reconhecimento da humanidade, e o amor pela humanidade nada mais é do que uma
forma de arranjar um lugar ao lado de Deus.
Antes que o leitor pense que sou um ser insensível, digo que sou apenas
um observador das coisas humanas. Não nego o amor, nego a função a ele
atribuída.
Até curto músicas e, algumas, poesias românticas, às vezes me emociono e
até choro, enfim, sou um ser humano.
Jorge Nicoli
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