quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016


A independência do homem

Mal podemos acreditar no filósofo a quem tudo deixa indiferente; não acreditamos na tranquilidade do estóico, não desejamos sequer a impavidez, porque a própria condição humana nos lança na paixão e no medo, e são as lágrimas e o júbilo que nos permitem conhecer o que é.

Eis porque somente o impulso ascendente nos liberta das perturbações anímicas e não é pela supressão que nos encontramos. 

Temos, pois, que nos arriscar a ser homens e, enquanto homens, fazermos o que pudermos para alcançar a independência conquistada. Sofreremos então sem queixume, desesperar-nos-emos sem nos afundarmos, abalados mas nunca completamente derrubados quando suspensos à íntima independência que em nós se gera.

A filosofia, porém, é a escola dessa independência, não a sua posse.


Karl Jaspers, 
1883/1969 
Filósofo e psiquiatra,
nascido na Alemanha

======================

SOPA DE CEBOLA

Boletim  de Arte e Cultura 


Nenhum comentário:

Postar um comentário