domingo, 21 de fevereiro de 2016


A falsa unidade

Nenhum eu, nem mesmo o mais ingênuo, é uma unidade, antes sim um mundo extremamente multifacetado, um pequeno céu estrelado, um caos de formas, estádios e condições, heranças e possibilidades.

O fato de cada um por si aspirar a considerar este caos uma unidade, e falar do seu eu como se se tratasse de uma manifestação simples, fixa e solidamente modelada, claramente delimitada - esse engano, que é inerente a qualquer ser humano (mesmo superior), parece ser uma necessidade, uma exigência da vida, como a respiração ou a alimentação.

O erro assenta numa simples transferência. De corpo, todo o homem é uno; de alma, nunca.


Hermann Hesse, 
1877/1962 
Escrito, nascido na Alemanha 


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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura


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